UMA BOA OPORTUNIDADE.
O SEMINÁRIO DE TEOLOGIA EL SHAMAH tem Curso com credencial, diploma, atas de conclusão, podendo ser reconhecido por sua Igreja ou Convenção.
SEJA UM CONHECEDOR DA TEOLOGIA.
O líder deve ser o exemplo máximo de atitude. Alguém que impacta, influencia e nunca se conforma com menos do que pode ser, fazer ou ter. Um criador de possibilidades, capaz de aproveitar todas as circunstâncias para inspirar pessoas.
Alguém que sabe como mobilizar e utilizar as potencialidades de seu grupo para realizar o extraordinário.
O QUE O SEMINÁRIO PODE FAZER POR VOCÊ
Formamos os melhores e mais preparados pastores, obreiros, teólogos, e grandes líderes religiosos socialmente responsáveis, com postura ética, aptos a dominar diferentes linguagens e adequá-las a meios diversos; sempre para o engrandecimento do Reino de Deus.
O PASTOR, TEÓLOGO, OBREIRO, FORMADO PELO SEMINÁRIO TERÁ PERFIL PARA:
- Administrar, planejar, organizar e controlar o funcionamento das instituições sob sua responsabilidade, visando fomentar o conhecimento teológico que auxiliem os membros da comunidade no exercício dos seus direitos fundamentais e civis;
- Orientar as famílias no contexto da valorização e da dignidade humana e da solidariedade social;
- Incentivar os jovens e adolescentes na busca de formação intelectual, técnica e tecnológica;
- Cooperar com as autoridades constituídas nas atividades que visem erradicar a pobreza e miséria em busca do desenvolvimento nacional.
- Desenvolver atividades práticas pertinentes ao campo teológico e tarefas teóricas da pesquisa científica teológica, social e do fato religioso;
- Praticar a docência do ensino religioso, tanto para o nível público como para o privado;
- Praticar a crítica teológica de conformidade com a rigorosa técnica da exegese e da hermenêutica;
- Cooperar com a os órgãos públicos na tarefa de prestação de cidadania e de bem estar para as comunidades.
- Conselheiro, orientador e mentor religioso;
- Pesquisador, dedicando-se à investigação de temas teológicos;
- Ministro pastoral, a critério de sua Igreja;
- Assessor e consultor no campo da Teologia;
- Analisar o seu campo de atuação religioso e seus desafios contemporâneos;
- Analisar o contexto em que atua espiritualmente em suas dimensões institucional e organizacional, explicitando a dinâmica das interações entre seus agentes sociais e religiosos;
- Identificar e analisar necessidades de natureza teológica, elaborar projetos, planejar e agir de forma coerente com referenciais teóricos e metodológicos;
- Atuar inter e multicultural;
- Saber buscar e usar o conhecimento teológico e o conhecimento científico necessário à atuação pastoral, assim como gerar conhecimento a partir da prática pastoral;
- Coordenar e manejar processos grupais, considerando as diferenças individuais e sócio-culturais.
- Pesquisar e utilizar a Bíblia, Livros de Teólogos e as outras fontes de conhecimentos Bíblicos;
- Pesquisar e utilizar a legislação, a jurisprudência, a doutrina e as outras fontes do Direito;
- Utilizar o raciocínio lógico, a argumentação, a persuasão e a reflexão crítica;
- Desenvolver o conhecimento técnico-instrumental da Bíblia valorizando a ética no exercício pastoral;
- Ampliando sua visão sobre a realidade mundial e sua relação com o domínio religioso;
- Trabalhar a capacidade de apreensão, transmissão crítica e produção das mensagens Bíblica;
- Utilizar sistematicamente a linguagem com clareza, precisão e propriedade, demonstrando fluência verbal e riqueza de vocabulário;
- Planejar e transformar toda a atividade pastoral associada à responsabilidade social na busca constante da formação do homem e do aprimoramento de uma sociedade igualmente democrática.
Ao graduar-se, pelo Seminário de Teologia El Shamah, você estará apto para solucionar qualquer eventualidade e dificuldades de toda a sua comunidade religiosa tanto material, espiritual e psicossomática.
O exercício que cabe diante da missão Divina de indicar o caminho, a verdade e a vida para uma ética, uma cidadania, as liberdades e os direitos essenciais a esse estruturante e sublime modo de ser e de estar, necessita do processo ensino-aprendizagem. Ser ético, ser cidadão, gozar liberdades e exercer direitos (mesmo os fundamentais) não é e nem pode ser questão de discurso normativo ou institucional.
É uma imposição que recai sobre aquele que afirma estes modelos para que ele os pratique numa atitude pedagógica a fim de que essa atitude possa ser apreendida e assimilada axiologicamente por todos aqueles que povoam o espaço de vivência compartilhada.
MATÉRIAS DO CURSO:
O Curso exige bastante leitura, aquisição de cultura geral, exercício de memória, rapidez de raciocínio, elevado grau de associação, análise e coordenação de idéias, tudo voltado para a defesa dos interesses bíblicos.
MATRIZ CURRICULAR:
MÓDULO – ÊNFASE PSICOLOGIA PASTORAL
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01
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PSICOLOGIA DO ACONSELHAMENTO
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02
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PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
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03
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ANTROPOLOGIA DA RELIGIÃO
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04
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RELAÇÕES INTERPESSOAIS
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05
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PASTORAL DE JOVENS E ADOLESCENTES
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06
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PRÁTICA DE ACONSELHAMENTO PASTORAL
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07
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PASTORAL DA FAMÍLIA E ACONSELHAMENTO DE CASAIS
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08
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ACONSELHAMENTO BÍBLICO
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09
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PSICOLOGIA SOCIAL E PASTORAL URBANA
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10
|
PSICOLOGIA PASTORAL
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MÓDULO - TEOLOGIA
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01
|
BIBLIOLOGIA,
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02
|
TEOLOGIA,
|
03
|
ANGELOLOGIA,
|
04
|
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA,
|
05
|
PNEUMATOLOGIA,
|
06
|
SOTERIOLOGIA,
|
07
|
CRISTOLOGIA,
|
08
|
EELESIOLOGIA,
|
09
|
ESCATOLOGIA,
|
10
|
INTRODUÇÃO BÍBLICA,
|
11
|
ARQUEOLOGIA BÍBLICA,
|
12
|
HERMENÊUTICA,
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13
|
HOMILÉTICA,
|
14
|
TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO,
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15
|
TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO,
|
16
|
TEOLOGIA PASTORAL,
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17
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EVANGELISMO,
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18
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HISTÓRIA BÍBLICA,
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19
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GEOGRAFIA BÍBLICA,
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20
|
EDUCAÇÃO RELIGIOSA,
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21
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ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA,
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22
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EXEGESE DO VELHO TESTAMENTO,
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23
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EXEGESE DO NOVO TESTAMENTO,
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24
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HISTÓRIA ANTIGA,
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25
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METODOLOGIA CIENTÍFICA,
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26
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HERESIOLOGIA,
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27
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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA,
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28
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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA,
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29
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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA,
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30
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TEOLOGIA CONTEMPORÂNEA,
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31
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HISTÓRIA DO CRISTIANISMO,
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32
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HISTÓRIA ANTIGA.
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VEJA NOSSA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA
DA RELIGIÃO
ÍNDICE
1- A PERSONALIDADE
1.1- AS TEORIAS DA PERSONALIDADE
1.2- A TEORIA DE FREUD
1.3- A TEORIA DE JUNG
1.4- PERSONALIDADE: INFLUÊNCIA DA
RELIGIÃO
2- COMPORTAMENTO RELIGIOSO
2.1- A RELIGIÃO NA INFÂNCIA, NA
ADOLESCÊNCIA, NA MOCIDADE, NA VIDA ADULTA E NA VELHICE
3- A FÉ RELIGIOSA
4- MATURIDADE RELIGIOSA
5- FÉ CRISTÃ, PSICOLOGIA E
PSIQUIATRIA
BIBLIOGRAFIA
1- A PERSONALIDADE
1.1- TEORIAS DA PERSONALIDADE
As teorias,
discussões e controvérsias sobre a PERSONALIDADE foram temas sempre presentes
em toda história da filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e medicina
geral. Entre tantas tendências, destaca-se um tronco ideológico, segundo o qual
os seres humanos foram criados iguais quanto sua capacidade potencial. Neste
caso, a ocorrência das diferenças individuais seria interpretada como uma
decisiva influência ambiental sobre o desenvolvimento da Personalidade.
De acordo com tal enfoque, havendo
no mundo uma hipotética igualdade de oportunidades, todos seríamos iguais
quanto as nossas realizações, já que, potencialmente somos iguais. Assim
pensando, se a todos fossem dadas oportunidades iguais, como por exemplo
oportunidades musicais ou artísticas, seria impossível destacar-se um Mozart ou
Tchaicowski porque a potencialidade de todos seus colegas de classe seria a
mesma. A única diferença entre Einsten e os demais teria sido uma simples
questão de oportunidade e circunstâncias ambientais. Neste caso a
Personalidade, a inteligência, a vocação e a própria doença mental seriam
questões exclusivamente ambientais.
A idéia de buscar
fora da pessoa os elementos que explicassem seu comportamento e sua desenvoltura
vivencial teve ênfase com as teorias de Russeau, segundo o qual era a sociedade
quem corrompia o homem. Subestimou-se a possibilidade da sociedade refletir,
exatamente, a totalidade das tendências humanas. Seres humanos que trazem em si
um potencial corruptor o qual, agindo sobre outros indivíduos sujeito à
corrupção, produzem um efeito corruptível. Ou seja, trata-se de um demérito
tipicamente humano.
Outra concepção
acerca da Personalidade foi baseada na constituição biotipológica, segundo a
qual a genética não estaria limitada exclusivamente à cor dos olhos, dos
cabelos, da pele, à estatura, aos distúrbios metabólicos e, às vezes, às
malformações físicas, mas também, determinaria às peculiares maneiras do
indivíduo relacionar-se com o mundo: seu temperamento, seus traços afetivos,
etc.
As considerações
extremadas neste sentido descartam qualquer possibilidade de influência do meio
sobre o desenvolvimento e performance da Personalidade e atribui aos arranjos
sinápticos e genéticos a explicação de todas características da personalidade
da pessoa.
Buscando um meio
termo, como apelo ao bom senso, podemos considerar a totalidade do ser humano
como sendo um balanço entre duas porções que se conjugam de forma a produzir a
pessoa tal como é:
1- uma natureza biológica, tendo
por base nossa natural submissão ao reino animal e nossa submissão também às
leis da biologia, da genética e dos instintos. Assim sendo, os genes herdados
se apresentam como possibilidades variáveis de desenvolvimento em contato com o
meio (e não como certeza inexorável de desenvolvimento);
2- uma natureza existencial, suprabiológica conferindo à Personalidade elementos que transcendem o animal que repousa em nós. A pessoa, ser único e individual, distinto de todos outros indivíduos de sua espécie, traduz a essência de uma peculiar combinação bio-psico-social.
2- uma natureza existencial, suprabiológica conferindo à Personalidade elementos que transcendem o animal que repousa em nós. A pessoa, ser único e individual, distinto de todos outros indivíduos de sua espécie, traduz a essência de uma peculiar combinação bio-psico-social.
Desta forma, a
idéia de Personalidade poderia ser esbouçada da seguinte maneira:
"PERSONALIDADE É A ORGANIZAÇÃO DINÂMICA DOS
TRAÇOS NO INTERIOR DO EU, FORMADOS A PARTIR DOS GENES PARTICULARES QUE
HERDAMOS, DAS EXISTÊNCIAS SINGULARES QUE SUPORTAMOS E DAS PERCEPÇÕES
INDIVIDUAIS QUE TEMOS DO MUNDO, CAPAZES DE TORNAR CADA INDIVÍDUO ÚNICO EM SUA
MANEIRA DE SER E DE DESEMPENHAR O SEU PAPEL SOCIAL".
Portanto, o ser
humano não pode ser considerado como um produto exclusivo de seu meio, tal como
um aglomerado dos reflexos condicionados pela cultura que o rodeia e despido de
qualquer elo mais nobre de sentimentos e vontade própria. Não pode, tampouco,
ser considerado um punhado de genes, resultando numa máquina programada a agir
desta ou daquela maneira, conforme teriam agido exatamente os seus ascendentes
biológicos. Se assim fosse, passaria pela vida incólume aos diversos efeitos de
suas vivências pessoais. Sensatamente, o ser humano não deve ser considerado
nem exclusivamente ambiente, nem exclusivamente herança, antes disso, uma
combinação destes dois elementos em proporções completamente insuspeitadas.
Todas as vezes
que colocamos lado a lado duas pessoas estabelecendo comparações entre elas, qualquer
que seja o aspecto a ser medido e comparado, verificamos sempre a existência de
diferenças entre ambas. Constatamos assim, as diferenças entre os indivíduos,
as peculiaridades que os tornam únicos e inimitáveis.
Por outro lado,
podemos verificar também e paradoxalmente, outras características comuns a
todos seres humanos, tal como uma espécie de marca registrada de nossa espécie.
Desta feita, há elementos comuns e capazes de nos identificar a todos como
pertencentes a uma mesma espécie, portanto, característicos da natureza humana
e, a par destes elementos próprios da espécie, outros atributos capazes de
diferenciar um ser humano de todos os demais.
Para demonstrar
didaticamente este duplo aspecto da constituição humana imaginemos, por
exemplo, um enorme canteiro de rosas amarelas. Embora todos indivíduos do
canteiro tenham características comuns e suficiente para considerá-los e
identificá-los como sendo rosas amarelas, será praticamente impossível
encontrar, entre eles, dois exemplares exatamente iguais. Portanto, todos
possuem traços individuais; todos têm perfume, pétalas e espinhos. Uns,
entretanto, têm mais perfume, pétalas de tonalidade diferente e espinhos mais
realçados que outros. No ser humano normal também podemos encontrar como
características universais a angústia, a ambição, o amor, o ódio, o ciúme, etc.
Entretanto, em cada um de nós estes traços combinar-se-ão de maneira
completamente singular.
Desta forma,
podemos afirmar que os seres humanos são essencialmente iguais e funcionalmente
diferentes, ou seja, podemos nos considerar iguais uns aos outros quanto à
nossa essência humana (ontologicamente), entretanto, funcionamos diferentemente
uns dos outros. Todas as tendências ideológicas que enfatizam a igualdade dos
seres humanos, num total descaso para com as diferenças funcionais, ecoam aos
ouvidos despreparados com eloqüente beleza retórica, romântica, ética e moral.
Transportando tais ideais do papel para a prática, sucumbem diante de
incontáveis evidências em contrário: não resistem à constatação das flagrantes
e involuntárias diferenças entre os indivíduos, bem como não explicam a
indomável característica humana que é a perene vocação das pessoas em querer
destacar-se dos demais.
1.2-A TEORIA DE FREUD
Freud inicia seu
pensamento teórico assumindo que não há nenhuma descontinuidade na vida mental.
Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os processos mentais. Há uma
causa para cada pensamento, para cada memória revivida, sentimento ou ação.
Cada evento
mental é causado pela intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos
fatos que o precederam. Uma vez que alguns eventos mentais "parecem"
ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos
que ligavam um evento consciente a outro.
Consciente, Pré-Consciente e Inconsciente
Segundo Freud, o
consciente é somente uma pequena parte da mente, incluindo tudo do que estamos
cientes num dado momento. O interesse de Freud era muito maior com relação às
áreas da consciência menos expostas e exploradas, que ele denominava
Pré-Consciente e Inconsciente.
Inconsciente: A premissa
inicial de Freud era de que há conexões entre todos os eventos mentais e quando
um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e
sentimentos que o precedem, as conexões estariam no inconsciente. Uma vez que
quando estes elos inconscientes são descobertos, a aparente descontinuidade
está resolvida. "Denominamos um processo psíquico inconsciente, cuja
existência somos obrigados a supor - devido a um motivo tal que inferimos a
partir de seus efeitos - mas do qual nada sabemos" (1933, livro 28, p. 90
na ed. bras.).
No inconsciente
estão elementos instintivos não acessíveis à consciência. Além disso, há também
material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido. Este material
não é esquecido nem perdido mas não é permitido ser lembrado. O pensamento ou a
memória ainda afetam a consciência, mas apenas indiretamente.
O inconsciente,
por sua vez, não é apático e inerte, havendo uma vivacidade e imediatismo em
seu material. Memórias muito antigas quando liberadas à consciência, podem
mostrar que não perderam nada de sua força emocional. "Aprendemos pela
experiência que os processos mentais inconscientes são em si mesmos
intemporais. Isto significa em primeiro lugar que não são ordenados
temporalmente, que o tempo de modo algum os altera, e que a idéia de tempo não
lhes pode ser aplicada" (1920, livro 13, pp. 41-2 na ed. bras.).
Assim sendo, para
Freud a maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais
determinantes da personalidade, as fontes da energia psíquica, as pulsões e os
instintos.
Pré-consciente: Estritamente
falando, o Pré-Consciente é uma parte do Inconsciente, uma parte que pode
tornar-se consciente com facilidade. As porções da memória que nos são
facilmente acessíveis fazem parte do Pré-Consciente. Estas podem incluir
lembranças de ontem, o segundo nome, as ruas onde moramos, certas datas
comemorativas, nossos alimentos prediletos, o cheiro de certos perfumes e uma
grande quantidade de outras experiências passadas. O Pré-Consciente é como uma
vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para
desempenhar suas funções.
Pulsões ou Instintos
Instintos são
pressões que dirigem um organismo para determinados fins particulares. Quando
Freud usa o termo, ele não se refere aos complexos padrões de comportamento
herdados dos animais inferiores, mas aos seus equivalentes humanos. Tais
instintos são "a suprema causa de toda atividade" (1940, livro 7, p.
21 na ed. bras.). Freud reconhecia os aspectos físicos dos instintos como
necessidades, enquanto denominava seus aspectos mentais de desejos. Os
instintos são as forças propulsoras que incitam as pessoas à ação.
Todo instinto tem
quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um objeto. A fonte
é quando emerge uma necessidade, podendo ser uma parte ou todo corpo. A
finalidade é reduzir essa necessidade até que nenhuma ação seja mais
necessária, é dar ao organismo a satisfação que ele deseja no momento. A pressão
é a quantidade de energia ou força que é usada para satisfazer o instinto e é
determinada pela intensidade ou urgência da necessidade subjacente. O objeto de
um instinto é qualquer coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da
finalidade original.
Tomamos como
exemplo uma pessoa com sede. O corpo desidrata-se até o ponto em que precisa de
mais líquido, portanto, a fonte é a necessidade crescente de líquidos. À medida
que a necessidade se torna maior, torna-se consciente como a sensação de sede. Enquanto
esta sede não for satisfeita, torna-se mais pronunciada e, ao mesmo tempo em
que aumenta sua intensidade, também aumenta a pressão ou energia disponível
para fazer algo no sentido de aliviar a sede. A finalidade é reduzir a tensão e
o objeto não é simplesmente um líquido, seja leite, água ou cerveja, mas todo o
ato que busca reduzir essa tensão. Isto inclui levantar-se, ir a um determinado
lugar, escolher entre várias bebidas, preparar uma delas e bebê-la.
Enquanto as
reações iniciais de busca podem ser instintivas, o ponto crítico a ser lembrado
é que há a possibilidade de satisfazer o instinto de várias maneiras. A
capacidade de satisfazer necessidades nos animais é via de regra limitada a um
padrão de comportamento estereotipado de cada espécie. Os instintos humanos
servem apenas para iniciar a ação. Mas esta, por sua vez, não é predeterminada
pela biologia de nossa espécie e nem se caracteriza sempre numa determinada
ação particular.
O número de
soluções possíveis para um ser humano satisfazer uma finalidade instintiva é
uma soma de sua necessidade biológica inicial, mais seu desejo mental (que pode
ou não ser consciente) e mais uma grande quantidade de idéias anteriores,
hábitos e opções disponíveis.
Freud assume que
o modelo mental e comportamental normal e saudável tem a finalidade de reduzir
a tensão a níveis previamente aceitáveis. Uma pessoa com certa necessidade
continuará buscando atividades que possam reduzir esta tensão original. O ciclo
completo de comportamento que parte do repouso para a tensão e a atividade, e
volta para o repouso, é denominado modelo de tensão-redução. As tensões são
resolvidas pela volta do corpo ao nível de equilíbrio que existia antes da
necessidade emergir.
Ao examinar
analiticamente um determinado comportamento, Freud considerava que a pessoa
procurava satisfazer, por essa atividade, suas pulsões psicofísicas
subjacentes. Se observarmos pessoas comendo, supomos que elas estão
satisfazendo sua fome, da mesma forma como se estão chorando será provável que
algo as perturbou. O trabalho analítico envolve a procura das causas dos
pensamentos e comportamentos, de modo que se possa lidar de forma mais adequada
com uma necessidade que está sendo imperfeitamente satisfeita por um pensamento
ou comportamento particular.
No entanto, vários pensamentos e
comportamentos parecem não reduzir esta tensão. De fato, eles aparecem para
criar mais tensão ou ansiedade. Estes comportamentos podem indicar que a
expressão direta de um instinto pode ter sido bloqueada. Embora seja possível
catalogar uma série ampla de instintos, Freud tentou reduzir esta diversidade a
alguns instintos que chamou de básicos.
Instintos Básicos
Num primeiro
momento Freud descreveu duas forças instintivas opostas, a sexual (erótica ou
fisicamente gratificante) e a agressiva ou destrutiva. Suas últimas descrições,
mais globais, encararam essas forças ou como mantenedoras da vida ou como
incitadoras da morte. Essas formulações supõem dois conflitos instintivos
básicos, biológicos, contínuos e não-resolvidos. Tal antagonismo básico não
costuma ser visível ou consciente, e a maioria de nossos pensamentos e ações é
evocada por estas ambas forças instintivas em combinação.
Freud impressionou-se
com a diversidade e complexidade do comportamento que emerge da fusão das
pulsões básicas. Por exemplo, ele escreve: "Os instintos sexuais fazem-se
notar por sua plasticidade, sua capacidade de alterar suas finalidades, sua
capacidade de se substituírem, permitindo uma satisfação instintiva ser
substituída por outra, e por sua possibilidade de se submeterem a adiamentos .
. . " (1933, livro 28, p. 122 na ed. bras.). Os instintos seriam então,
canais através dos quais a energia pudesse fluir.
Libido e Energia Agressiva
Cada um destes
instintos gerais teria uma fonte de energia separadamente. Libido (da palavra
latina para "desejo" ou "anseio") é a energia aproveitável
para os instintos de vida. "Sua produção, aumento ou diminuição,
distribuição e deslocamento devem propiciar-nos possibilidades de explicar os
fenômenos psicossexuais observados" ( 1905a, livro 2, p. 113 na ed.
bras.). Outra característica importante da libido é sua mobilidade, ou a
facilidade com que pode passar de uma área de atenção para outra.
A energia do
instinto de agressão ou de morte não tem um nome especial, como tem o instinto
da vida (Libido). Ela supostamente apresenta as mesmas propriedades gerais que
a Libido, embora Freud não tenha elucidado este aspecto.
Catexia
Catexia é o
processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada a ou
investida na representação mental de uma pessoa, idéia ou coisa. A libido que
foi catexizada perde sua mobilidade original e não pode mais mover-se em
direção a novos objetos. Está enraizada em qualquer parte da psique que a
atraiu e segurou.
Tomando a Libido
como exemplo de uma dada quantidade de dinheiro, a Catexia seria o processo de
investir esse dinheiro. Digamos, então, que uma porção do dinheiro foi
investida (catexizada), permanecendo nessa hipotética aplicação e deixando algo
a menos do montante original para investir em outro lugar.
Estudos
psicanalíticos sobre luto, por exemplo, interpretam o desinteresse das
ocupações normais e a preocupação com o recente finado como uma retirada de
Libido dos relacionamentos habituais e uma extrema Catexia na pessoa perdida.
A teoria
psicanalítica se interessa em compreender onde a libido foi catexizada
inadequadamente. Uma vez liberada ou redirecionada, esta mesma energia ficará
disponível para satisfazer outras necessidades habituais.
Estrutura da Personalidade
As observações de
Freud revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um
instinto opunha-se outro. Eram proibições sociais que bloqueavam pulsões biológicas
e os modos de enfrentar situações freqüentemente chocavam-se uns com os outros.
Ele tentou
ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos estruturais da
psique: o Id, o Ego e o Superego.
O Id
O Id contém tudo
o que é herdado, que se acha presente no nascimento e está presente na
constituição, acima de tudo os instintos que se originam da organização
somática e encontram expressão psíquica sob formas que nos são desconhecidas
(1940, livro 7, pp. 17-18 na ed. bras.). O Id é a estrutura da personalidade
original, básica e central do ser humano, exposta tanto às exigências somáticas
do corpo às exigências do ego e do superego.
As leis lógicas
do pensamento não se aplicam ao Id, havendo assim, impulsos contrários lado a
lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro (1933, livro 28,
p. 94 na ed. bras.). O Id seria o reservatório de energia de toda a
personalidade.
O Id pode ser
associado a um cavalo cuja força é total, mas que depende do cavaleiro para
usar de modo adequado essa força. Os conteúdos do Id são quase todos
inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram
conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela
consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência mas
localizado na área do Id, será capaz de influenciar toda vida mental de uma
pessoa.
O Ego
O Ego é a parte
do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. O Ego se
desenvolve a partir do Id, à medida que a pessoa vai tomando consciência de sua
própria identidade, vai aprendendo a aplacar as constantes exigências do Id.
Como a casca de uma árvore, o Ego protege o Id, mas extrai dele a energia
suficiente para suas realizações. Ele tem a tarefa de garantir a saúde,
segurança e sanidade da personalidade.
Uma das
características principais do Ego é estabelecer a conexão entre a percepção
sensorial e a ação muscular, ou seja, comandar o movimento voluntário. Ele tem
a tarefa de auto-preservação. Com referência aos acontecimentos externos, o Ego
desempenha sua função dando conta dos estímulos externos, armazenando
experiências sobre eles na memória, evitando o excesso de estímulos internos
(mediante a fuga), lidando com estímulos moderados (através da adaptação) e
aprendendo, através da atividade, a produzir modificações convenientes no mundo
externo em seu próprio benefício.
Com referência
aos acontecimentos internos, ou seja, em relação ao Id, o Ego desempenha a
missão de obter controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas
devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e
circunstâncias mais favoráveis ou suprimindo inteiramente essas excitações. O
Ego considera as tensões produzidas pelos estímulos, coordena e conduz estas
tensões adequadamente. A elevação dessas tensões é, em geral, sentida como
desprazer e o sua redução como prazer. O ego se esforça pelo prazer e busca
evitar o desprazer (1940, no. 7, pp. 18-19 na cd. bras.).
Assim sendo, o
ego é originalmente criado pelo Id na tentativa de melhor enfrentar as
necessidades de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto,
o Ego tem de controlar ou regular os impulsos do Id, de modo que a pessoa possa
buscar soluções mais adequadas, ainda que menos imediatas e mais realistas.
O Superego
Esta última
estrutura da personalidade se desenvolve a partir do Ego. O Superego atua como
um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do Ego, é o depósito dos
códigos morais, modelos de conduta e dos parâmetros que constituem as inibições
da personalidade. Freud descreve três funções do Superego: consciência,
auto-observação e formação de ideais.
Enquanto
consciência pessoal, o Superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a
atividade consciente, porém, ele também pode agir inconscientemente. As
restrições inconscientes são indiretas e podem aparecer sob a forma de
compulsões ou proibições.
O Superego tem a
capacidade de avaliar as atividades da pessoa, ou seja, da auto-observação,
independentemente das pulsões do Id para tensão-redução e independentemente do
Ego, que também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de
ideais do Superego está ligada a seu próprio desenvolvimento. O Superego de uma
criança é, com efeito, construído segundo o modelo não de seus pais, mas do
Superego de seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos e torna-se
veículo da tradição e de todos os duradouros julgamentos de valores que dessa
forma se transmitiram de geração em geração (1933, livro 28, p. 87 na ed.
bras.).
Relações entre os Três Subsistemas
A meta
fundamental da psique é manter e recuperar, quando perdido, um nível aceitável
de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia
que é usada para acionar o sistema nasce no Id, que é de natureza primitiva,
instintiva. 0 ego, emergindo do id, existe para lidar realisticamente com as
pulsões básicas do id e também age como mediador entre as forças que operam no
Id e no Superego e as exigências da realidade externa. O superego, emergindo do
ego, atua como um freio moral ou força contrária aos interesses práticos do
ego. Ele fixa uma série de normas que definem e limitam a flexibilidade deste
último.
O id é
inteiramente inconsciente, o ego e o superego o são em parte. "Grande
parte do ego e do superego pode permanecer inconsciente e é normalmente
inconsciente. Isto é, a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é
necessário despender esforços para torná-los conscientes" ( 1933, livro
28, p. 89 na ed. bras.).
Nesses termos, o
propósito prático da psicanálise "é, na verdade, fortalecer o ego, fazê-lo
mais independente do superego, ampliar seu campo de percepção e expandir sua
organização, de maneira a poder assenhorear-se de novas partes do id"
(1933, livro 28, p. 102 na ed. bras.).
Obstáculos ao Crescimento
Ansiedade
Para Freud, o
principal problema da psique é encontrar maneiras de enfrentar a ansiedade.
Esta é provocada por um aumento, esperado ou previsto, da tensão ou desprazer,
podendo se desenvolver em qualquer situação (real ou imaginada), quando a
ameaça a alguma parte do corpo ou da psique é muito grande para ser ignorada,
dominada ou descarregada.
As situações
prototípicas que causam ansiedade incluem as seguintes:
l. Perda de um objeto desejado. Por
exemplo, uma criança privada de um dos pais, de um amigo íntimo ou de um animal
de estimação.
2. Perda de amor. A rejeição ou o
fracasso em reconquistar o amor, por exemplo, ou a desaprovação de alguém que
lhe importa.
3. Perda de identidade. É o caso,
por exemplo, daquilo que Freud chama de medo de castração, da perda de
prestígio, de ser ridicularizado em público.
4. Perda de auto-estima. Por
exemplo a desaprovação do Superego por atos ou trações que resultam em culpa ou
ódio em relação a si mesmo.
A ameaça desses
ou de outros eventos causa ansiedade e haveria, segundo Freud, dois modos de
diminuir a ansiedade. O primeiro modo seria lidando diretamente com a situação.
Resolvemos problemas, superamos obstáculos, enfrentamos ou fugimos de ameaças,
e chegamos a termo de um problema a fim de minimizar seu impacto. Desta forma,
lutamos para eliminar dificuldades e diminuir probabilidades de sua repetição,
reduzindo, assim, as perspectivas de ansiedade adicional no futuro.
A outra forma de
defesa contra a ansiedade deforma ou nega a própria situação. O Ego protege a
personalidade contra a ameaça, falsificando a natureza desta. Os modos pelos
quais se dão as distorções são denominados Mecanismos de Defesa.
1.3- A TEORIA DE JUNG
Dentre todos os
conceitos de Carl Gustav Jung, a idéia de introversão e extroversão são as mais
usadas. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser caracterizado como sendo
primeiramente orientado para seu interior ou para o exterior, sendo que a
energia dos introvertidos se dirige em direção a seu mundo interno, enquanto a
energia do extrovertido é mais focalizada no mundo externo.
Entretanto,
ninguém é totalmente introvertido ou extrovertido. Algumas vezes a introversão
é mais apropriada, em outras ocasiões a extroversão é mais adequada mas, as
duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode manter ambas ao
mesmo tempo. Também enfatizava que nenhuma das duas é melhor que a outra,
citando que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas. Darwin, por exemplo, era
predominantemente extrovertido, enquanto Kant era introvertido por excelência.
O ideal para o
ser humano é ser flexível, capaz de adotar qualquer dessas atitudes quando for
apropriado, operar em equilíbrio entre as duas.
As Atitudes: Introversão e Extroversão
Os introvertidos
concentram-se prioritariamente em seus próprios pensamentos e sentimentos, em
seu mundo interior, tendendo à introspecção. O perigo para tais pessoas é
imergir de forma demasiada em seu mundo interior, perdendo ou tornando tênue o
contato com o ambiente externo. O cientista distraído, estereotipado, é um
exemplo claro deste tipo de pessoa absorta em suas reflexões em notável
prejuízo do pragmatismo necessário à adaptação.
Os extrovertidos,
por sua vez, se envolvem com o mundo externo das pessoas e das coisas. Eles
tendem a ser mais sociais e mais conscientes do que acontece à sua volta.
Necessitam se proteger para não serem dominados pelas exterioridades e, ao
contrário dos introvertidos, se alienarem de seus próprios processos internos.
Algumas vezes esses indivíduos são tão orientados para os outros que podem
acabar se apoiando quase exclusivamente nas idéias alheias, ao invés de
desenvolverem suas próprias opiniões.
As Funções Psíquicas
Jung identificou
quatro funções psicológicas que chamou de fundamentais: pensamento, sentimento,
sensação e intuição. E cada uma dessas funções pode ser experienciada tanto de
maneira introvertida quanto extrovertida.
O Pensamento
Jung via o pensamento e o sentimento como maneiras
alternativas de elaborar julgamentos e tomar decisões. O Pensamento, por sua
vez, está relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios
impessoais, lógicos e objetivos. As pessoas nas quais predomina a função do
Pensamento são chamadas de Reflexivas. Esses tipos reflexivos são grandes
planejadores e tendem a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que sejam
confrontados com contraditória evidência.
O Sentimento
Tipos
sentimentais são orientados para o aspecto emocional da experiência. Eles
preferem emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas
e mornas. A consistência e princípios abstratos são altamente valorizados pela
pessoa sentimental. Para ela, tomar decisões deve ser de acordo com julgamentos
de valores próprios, como por exemplo, valores do bom ou do mau, do certo ou do
errado, agradável ou desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou
eficiência, como faz o reflexivo.
A Sensação
Jung classifica a
sensação e a intuição juntas, como as formas de apreender informações,
diferentemente das formas de tomar decisões. A Sensação se refere a um enfoque
na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. A Sensação
reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência concreta
e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência.
Os tipos
sensitivos tendem a responder à situação vivencial imediata, e lidam
eficientemente com todos os tipos de crises e emergências. Em geral eles estão
sempre prontos para o momento atual, adaptam-se facilmente às emergências do
cotidiano, trabalham melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios
do que qualquer um dos outros tipos.
A Intuição
A intuição é uma
forma de processar informações em termos de experiência passada, objetivos
futuros e processos inconscientes. As implicações da experiência (o que poderia
acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a
experiência real por si mesma. Pessoas fortemente intuitivas dão significado às
suas percepções com tamanha rapidez que, via de regra, não conseguem separar
suas interpretações conscientes dos dados sensoriais brutos obtidos. Os
intuitivos processam informação muito depressa e relacionam, de forma
automática, a experiência passada com as informações relevantes da experiência
imediata.
Arquétipos
Dentro do
Inconsciente Coletivo existem, segundo Jung, estruturas psíquicas ou
Arquétipos. Tais Arquétipos são formas sem conteúdo próprio que servem para
organizar ou canalizar o material psicológico. Eles se parecem um pouco com
leitos de rio secos, cuja forma determina as características do rio, porém
desde que a água começa a fluir por eles. Particularmente comparo os Arquétipos
à porta de uma geladeira nova; existem formas sem conteúdo - em cima formas
arredondadas (você pode colocar ovos, se quiser ou tiver ovos), mais abaixo
existe a forma sem conteúdo para colocar refrigerantes, manteiga, queijo, etc.,
mas isso só acontecerá se a vida ou o meio onde você existir lhe oferecer tais
produtos. De qualquer maneira as formas existem antecipadamente ao conteúdo.
Arquetipicamente existe a forma para colocar Deus, mas isso depende das
circunstâncias existenciais, culturais e pessoais.
Jung também chama
os Arquétipos de imagens primordiais, porque eles correspondem freqüentemente a
temas mitológicos que reaparecem em contos e lendas populares de épocas e
culturas diferentes. Os mesmos temas podem ser encontrados em sonhos e
fantasias de muitos indivíduos. De acordo com Jung, os Arquétipos, como
elementos estruturais e formadores do inconsciente, dão origem tanto às
fantasias individuais quanto às mitologias de um povo.
A história de
Édipo é uma boa ilustração de um Arquétipo. É um motivo tanto mitológico quanto
psicológico, uma situação arquetípica que lida com o relacionamento do filho
com seus pais. Há, obviamente, muitas outras situações ligadas ao tema, tal
como o relacionamento da filha com seus pais, o relacionamento dos pais com os
filhos, relacionamentos entre homem e mulher, irmãos, irmãs e assim por diante.
Tipos Psicológicos
Normalmente, uma
combinação das quatro funções resulta numa abordagem equilibrada do mundo para
a pessoa. Jung considera que, para nos orientarmos, temos que ter uma função
que nos assegure do concreto que está aqui (sensação). Em seguida, uma segunda
função que estabeleça o que é esse concreto percebido (pensamento), depois, uma
terceira função que declare se isto nos é ou não apropriado ou que valor isso
tem (sentimento), finalmente, uma quarta função que indique de onde isto veio e
para onde vai (intuição). Entretanto, ninguém desenvolve igualmente bem todas
as quatro funções. Cada pessoa tem uma dessas funções fortemente predominante,
e tem também uma segunda função auxiliar, parcialmente desenvolvida. As outras
duas funções restantes em geral são inconscientes e a eficácia de sua ação será
bem menor. Quanto mais desenvolvidas e conscientes forem as funções dominante e
auxiliar, mais profundamente inconscientes serão as funções opostas. E quais
seriam, segundo Jung, as funções consideradas opostas? O Sentimento se opõe ao
Pensamento e a Sensação se opõe à Intuição. Assim sendo, a pessoa jamais seria
predominantemente Sentimental tendo em segunda prevalência o Pensamento, ou seja,
jamais seria Sentimental-Reflexiva, mas poderia ser Sentimental-Intuitiva, por
exemplo. Segundo essa caracterização de personalidade de Jung, teríamos 4 tipos
psicológicos mistos: Reflexiva-Sensitiva (caso prevaleça o Pensamento em
primeiro plano e a Sensação em segundo, sobre as outras duas bastante
apagadas); Sensitiva-Reflexiva, Intuitiva-Sentimental e Sentimental-Intuitiva.
Nosso tipo funcional indica nossas forças e fraquezas relativas e o estilo de
atividade que tendemos a preferir. A tipologia de Jung é especialmente útil no
relacionamento interpessoal, ajudando-nos a compreender os relacionamentos
sociais. Ela descreve como as pessoas percebem, usam critérios, agem e ao fazem
julgamentos. Por exemplo, os oradores Intuitivos-Sentimentais não terão um
estilo de conferência lógico, firmemente organizado e detalhado como são os
oradores Reflexivos-Sensitivos. É provável que seus discursos sejam divagações,
que apresentem o sentido de um tema abordando-o sob vários ângulos diferentes,
ao invés de desenvolvê-lo sistematicamente. Jung chamou as funções menos
desenvolvidas em cada pessoa de funções inferiores. Inferior é a função menos
consciente, mais primitiva e menos diferenciada. Essa função inferior pode
representar uma influência demoníaca para algumas pessoas, pelo fato de terem
pouco ou nenhum entendimento ou controle sobre ela. Por exemplo, tipos cuja
função mais forte é a intuitiva, podem achar que os impulsos sexuais parecem
misteriosos ou até perigosamente fora de controle pelo fato de haver excessiva
falta de contato com a função sensitiva.
Símbolos
De acordo com
Jung, o inconsciente se expressa primariamente através de símbolos. Embora
nenhum símbolo concreto possa representar de forma plena um Arquétipo (que é
uma forma sem conteúdo específico), quanto mais um símbolo se harmonizar com o
material inconsciente organizado ao redor de um Arquétipo, mais ele evocará uma
resposta intensa e emocionalmente carregada.
Jung se interessa
nos símbolos naturais, que são produções espontâneas da psique individual, mais
do que em imagens ou esquemas deliberadamente criados por um artista. Além dos
símbolos encontrados em sonhos ou fantasias de um indivíduo, há também símbolos
coletivos importantes, que são geralmente imagens religiosas, tais como a cruz,
a estrela de seis pontas de David etc.
Imagens e termos
simbólicos, via de regra, representam conceitos que nós não podemos definir com
clareza ou compreender plenamente. Para Jung, um signo representa alguma outra
coisa; um símbolo é alguma coisa em si mesma, uma coisa dinâmica e viva. O
símbolo representa a situação psíquica do indivíduo e ele é essa situação num
dado momento.
Aquilo a que nós
chamamos de símbolo pode ser um termo, um nome ou até uma imagem familiar na
vida diária, embora possua conotações específicas além de seu significado
convencional e óbvio. Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando
implica alguma coisa além de seu significado manifesto e imediato. Esta palavra
ou esta imagem tem um aspecto inconsciente mais amplo que não é nunca
precisamente definido ou plenamente explicado.
Os Sonhos
Os sonhos são
pontes importantes entre processos conscientes e inconscientes. Comparado à
nossa vida onírica, o pensamento consciente contém menos emoções intensas e
imagens simbólicas. Os símbolos oníricos freqüentemente envolvem tanta energia
psíquica, que somos compelidos a prestar atenção neles.
Para Jung, os
sonhos desempenham um importante papel complementar ou compensatório. Os sonhos
ajudam a equilibrar as influências variadas a que estamos expostos em nossa
vida consciente, sendo que tais influências tendem a moldar nosso pensamento de
maneiras freqüentemente inadequadas à nossa personalidade e individualidade. A
função geral dos sonhos, para Jung, é tentar estabelecer a nossa balança
psicológica pela produção de um material onírico que reconstitui equilíbrio
psíquico total.
Jung abordou os
sonhos como realidades vivas que precisam ser experimentadas e observadas com
cuidado para serem compreendidas. Ele tentou descobrir o significado dos
símbolos oníricos prestando atenção à forma e ao conteúdo do sonho e, com
relação à análise dos sonhos, Jung distanciou-se gradualmente da maneira
psicanalítica na livre associação.
Pelo fato do
sonho lidar com símbolos, Jung achava que eles teriam mais de um significado,
não podendo haver um sistema simples ou mecânico para sua interpretação.
Qualquer tentativa de análise de um sonho precisa levar em conta as atitudes, a
experiência e a formação do sonhador. É uma aventura comum vivida entre o
analista e o analisando. O caráter das interpretações do analista é apenas
experimental, até que elas sejam aceitas e sentidas como válidas pelo
analisando.
Mais importante
do que a compreensão cognitiva dos sonhos é o ato de experienciar o material
onírico e levá-lo a sério. Para o analista junguiano devemos tratar nossos
sonhos não como eventos isolados, mas como comunicações dos contínuos processos
inconscientes. Para a corrente junguiana é necessário que o inconsciente torne
conhecida sua própria direção, e nós devemos dar-lhe os mesmos direitos do Ego,
se é que cada lado deva adaptar-se ao outro. À medida que o Ego ouve e o
inconsciente é encorajado a participar desse diálogo, a posição do inconsciente
é transformada daquela de um adversário para a de um amigo, com pontos de vista
de algum modo diferentes mas complementares.
O Ego
O Ego é o centro
da consciência e um dos maiores Arquétipos da perso-nalidade. Ele fornece um
sentido de consistência e direção em nossas vidas conscientes. Ele tende a
contrapor-se a qualquer coisa que possa ameaçar esta frágil consistência da
consciência e tenta convencer-nos de que sempre devemos planejar e analisar
conscientemente nossa experiência. Somos levados a crer que o Ego é o elemento
central de toda a psique e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente.
De acordo com
Jung, a princípio a psique é apenas o inconsciente. O Ego emerge dele e reúne
numerosas experiências e memórias, desenvolvendo a divisão entre o inconsciente
e o consciente. Não há elementos inconscientes no Ego, só conteúdos conscientes
derivados da experiência pessoal.
A Persona
Nossa Persona é a
forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o caráter que assumimos; através
dela nós nos relacionamos com os outros. A Persona inclui nossos papéis
sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão
pessoal. O termo Persona é derivado da palavra latina equivalente a máscara, se
refere às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar significado aos
papéis que estavam representando. As palavras "pessoa" e
"personalidade" também estão relacionadas a este termo.
A Persona tem
aspectos tanto positivos quanto negativos. Uma Persona dominante pode abafar o
indivíduo e aqueles que se identificam com sua Persona tendem a se ver apenas
nos termos superficiais de seus papéis sociais e de sua fachada. Jung chamou
também a Persona de Arquétipo da conformidade. Entretanto, a Persona não é
totalmente negativa. Ela serve para proteger o Ego e a psique das diversas
forças e atitudes sociais que nos invadem. A Persona é também um instrumento
precioso para a comunicação. Nos dramas gregos, as máscaras dos atores,
audaciosamente desenhadas, informavam a toda a platéia, ainda que de forma um pouco
estereotipada, sobre o caractere as atitudes do papel que cada ator estava
representando. A Persona pode, com freqüência, desempenhar um papel importante
em nosso desenvolvimento positivo. À medida que começamos a agir de determinada
maneira, a desempenhar um papel, nosso Ego se altera gradualmente nessa
direção.
Entre os símbolos
comumente usados para a Persona, incluem-se os objetos que usamos para nos
cobrir (roupas, véus), símbolos de um papel ocupacional (instrumentos, pasta de
documentos) e símbolos de status (carro, casa, diploma). Esses símbolos foram
todos encontrados em sonhos como representações da Persona. Por exemplo, em
sonhos, uma pessoa com Persona forte pode aparecer vestida de forma exagerada
ou constrangida por um excesso de roupas. Uma pessoa com Persona fraca poderia
aparecer despida e exposta. Uma expressão possível de uma Persona extremamente
inadequada seria o fato de não ter pele.
A Sombra
Para Jung, a
Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, o núcleo do material que foi reprimido
da consciência. A Sombra inclui aquelas tendências, desejos, memórias e
experiências que são rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona
e contrárias aos padrões e ideais sociais. Quanto mais forte for nossa Persona,
e quanto mais nos identificarmos com ela, mais repudiaremos outras partes de
nós mesmos. A Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa
personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós
mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece como um animal, um anão, um
vagabundo ou qualquer outra figura de categoria mais baixa.
Em seu trabalho
sobre repressão e neurose, Freud concentrou-se, de inicio, naquilo que Jung
chama de Sombra. Jung descobriu que o material reprimido se organiza e se
estrutura ao redor da Sombra, que se torna, em certo sentido, um Self negativo,
a Sombra do Ego. A Sombra é, via de regra, vivida em sonhos como uma figura
escura, primitiva, hostil ou repelente, porque seus conteúdos foram
violentamente retirados da consciência e aparecem como antagônicos à
perspectiva consciente. Se o material da Sombra for trazido à consciência, ele
perde muito de sua natureza de medo, de desconhecido e de escuridão.
A Sombra é mais
perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o indivíduo
tende a projetar suas qualidades indesejáveis em outros ou a deixar-se dominar
pela Sombra sem o perceber. Quanto mais o material da Sombra tornar-se
consciente, menos ele pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de
nossa natureza e nunca pode ser simplesmente eliminada. Uma pessoa sem Sombra
não é uma pessoa completa, mas uma caricatura bidimensional que rejeita a
mescla do bom e do mal e a ambivalência presentes em todos
nós.
Cada porção
reprimida da Sombra representa uma parte de nós mesmos. Nós nos limitamos na
mesma proporção que mantemos este material inconsciente.
À medida que a
Sombra se faz mais consciente, recuperamos partes previamente reprimidas de nós
mesmos. Além disso, a Sombra não é apenas uma força negativa na psique. Ela é
um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e
é a fonte principal de nossa criatividade. Assim como todos os Arquétipos, a
Sombra se origina no Inconsciente Coletivo e pode permitir acesso individual a
grande parte do valioso material inconsciente que é rejeitado pelo Ego e pela
Persona.
No momento em que
acharmos que a compreendemos, a Sombra aparecerá de outra forma. Lidar com a
Sombra é um processo que dura a vida toda, consiste em olhar para dentro e
refletir honestamente sobre aquilo que vemos lá.
Anima ou Animus
Jung postulou uma
estrutura inconsciente que representa a parte sexual oposta de cada indivíduo;
ele denomina tal estrutura de Anima no homem e Animus na mulher. Esta estrutura
psíquica básica funciona como um ponto de convergência para todo material
psíquico que não se adapta à auto-imagem consciente de um indivíduo como homem
ou mulher.
Portanto, na
medida em que uma mulher define a si mesma em termos femininos, seu Animus vai
incluir aquelas tendências e experiências dissociadas que ela definiu como
masculinas.
Todo homem
carrega dentro de si a eterna imagem da mulher, não a imagem desta ou daquela
mulher em particular, mas uma imagem feminina definitiva. Esta imagem é uma
marca ou Arquétipo de todas as experiências ancestrais do feminino, um
depósito, por assim dizer, de todas as impressões já dadas pela mulher. Uma vez
que esta imagem é inconsciente, ela é sempre inconscientemente projetada na
pessoa amada e é uma das principais razões para atrações ou aversões
apaixonadas.
De acordo com
Jung, o pai de sexo oposto ao da criança é uma importante influência no
desenvolvimento da Anima ou Animus, e todas as relações com o sexo oposto,
incluindo os pais, são intensamente afetadas pela projeção das fantasias da
Anima ou Animus. Este Arquétipo é um dos mais influentes reguladores do
comportamento. Ele aparece em sonhos e fantasias como figuras do sexo oposto, e
funciona como um mediador fundamental entre processos inconscientes e conscientes.
Ele é orientado basicamente para os processos internos, da mesma forma como a
Persona é orientada para processos externos. É a fonte de projeções, a fonte da
formação de imagens e a porta da criatividade na psique. (Não é surpreendente,
pois, que escritores e artistas homens tenham pintado suas musas como deusas
femininas.)
1.4 – PERSONALIDADE – INFLUÊNCIA
DA RELIGIÃO
Samuel Costa
Livro: Fundamentos psicológicos para ministros do
evangelho. Rio de Janeiro, 2002, págs.120 e 121.
Religião é uma
palavra latina que quer dizer ligação com Deus, proporcionando-nos as melhores
maneiras de viver bem no campo espiritual, físico e emocional. Gordon W.
Allport (1897-1968), em sua teoria chamada personalista, afirmou que “a
religião é um fator de integração da personalidade”. Para o psicólogo
Mowrer, “a religião é fator importantíssimo para a sobrevivência do
indivíduo face às grandes crises da vida”.
Desde o início da era cristã, homens que agiam à
margem da lei foram transformados através da religião, ou seja, através da
ligação que tiveram com Deus, integrando a sua personalidade de acordo com os
limites impostos pela decência. Entre vários exemplos existentes até o dia de
hoje, temos uma das mais significantes transformações dos constituintes da
personalidade de uma pessoa. É a transformação do caráter e do temperamento de
Saulo de Tarso: Ele fez parte do grupo que apedrejou até a morte, o pregador do
Evangelho de Cristo, Estevão, conforme está escrito em Atos 7.59,60. Entrou na
casa de alguns cristão, em Jerusalém, arrastando homens e mulheres,
colocando-os na prisão. Esta e outras atitudes amorais e antiéticas de Saulo de
Tarso para os cristãos, era de pessoa possuidora de mau caráter.
Saulo de Tarso
ficava enraivecido porque os cristãos pregavam o Evangelho de Cristo Jesus, que
tinha e continua tendo por objetivo a mudança de comportamento daqueles que
recebe a lei por ordenança dos anjos, e não as guarda, conforme está escrito em
Atos 7.53. Por não conseguir cumprir a lei de Deus, sem que os pregadores lhe
perturbassem, Saulo de Tarso ficava frustrado e, consequentemente, agressivo.
Esta atitude que seguia os impulsos do temperamento de Saulo nos permite
concluir que o mesmo precisava controlar o seu estado emocional.
No encontro que
teve com a religião sadia, isto é, com Deus a caminho da cidade de Damasco, na
Síria, Saulo de Tarso teve o seu caráter transformado de homem mau para bom, e
o seu temperamento, que era agressivo e de rápida excitação, o que o tornava
uma pessoa desagradável, foi transformado ao ponto de Saulo ser tardio em
irar-se, tornando-se uma pessoa calma e agradável.
O fato relatado
foi um dos bons exemplos da influência que a verdadeira religião exerce na
personalidade da pessoa. A evangelização, que é o ensinamento da Palavra de
Deus no relacionamento interpessoal, pode causar efeito positivo na
personalidade da pessoa evangelizada, quando as leis de Deus são ensinadas por
ministros do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, que realmente tenham um
verdadeiro convívio com Deus.
2- COMPORTAMENTO RELIGIOSO
Livro: Fundamentos psicológicos para
ministros do evangelho, pg. 42 e 43.
“Em seu livro
Psicologia da Religião, Merval Rosa define comportamento religioso, como sendo
“qualquer ato ou atitude que tem referência específica ao divino ou
sobrenatural”. Para o psicólogo da religião Walter H. Clark, existem
três tipos de comportamento religioso: primário, secundário e terciário.
No comportamento
religioso primário, o verdadeiro cristão tem um estreito relacionamento
com Deus, colocando-O no controle de tudo. Sua religiosidade é sadia, pois
possui um caráter santo, porque vive de acordo com a lei de Deus.
O comportamento religioso secundário está
diretamente ligado ao hábito, ou seja, o pseudo-cristão adquiriu certos tipos
de práticas religiosas, como orar, ir a igreja, evangelizar etc, mas faz por
costume, não vivendo de acordo com a lei divina, ou seja, o seu caráter não é
santo.
O comportamento
religioso terciário é aquele em que a atitude religiosa praticada pelo
pseudo-cristão é rotineira ou aceita sem que tenha nenhum vínculo, sendo
simplesmente um a mais.
2.1-A RELIGIÃO NA INFÂNCIA, NA ADOLESCÊNCIA, NA
MOCIDADE, NA VIDA ADULTA E NA VELHICE
Samuel Costa
Livro: Fundamentos psicológicos para ministros do
evangelho. Rio de Janeiro, 2002,
págs.68-78.
A primeira infância
A primeira infância é a terceira
fase do desenvolvimento humano. Começa com a queda do cordão umbilical e
termina quando a criança começa a falar e a andar, por volta dos dois anos de
idade. Basicamente, a tarefa da criança nessa etapa da vida é a descoberta do
mundo físico e de si mesma como objeto desse mundo.
O crescimento físico do ser em
desenvolvimento é proporcionado pela maturação do organismo, mas os
comportamentos espiritual e social, dependem dos ensinamentos dados pelos pais
e/ou os primeiros responsáveis pela aprendizagem da criança.
No tocante ao ensinamento
religioso, afirmou o psicólogo Gordon W. Allport (1897-1968), que nesta fase do
desenvolvimento, ou seja, na primeira infância, onde o infante ainda não
adquiriu o amadurecimento necessário ao sentimento religioso, não há
religião propriamente dita.
Segunda infância
Inicia-se por volta dos dois anos
de idade, quando a criança começa a falar e a andar, e termina por volta
dos seis anos de idade, quando a criança ingressa na escola, para cursar o
ensino fundamental.
Nesta fase do desenvolvimento
humano, a criança já tem um bom domínio do ambiente que é facilitado pelo
desenvolvimento psicomotor. Tudo que a criança observa, resolver tocar, jogar
no chão para ver o que acontece. Enfim, quer mexer em tudo. Estas atitudes da
criança são normais, pois permitem à mesma descobrir o mundo que já foi
descoberto pelo adulto quando também foi criança. A criança, nesta fase do seu
desenvolvimento, não entende que, dependendo do ambiente e principalmente do
humor do adulto, ocorrem as proibições.
Quando a criança deseja um objeto
e os pais dizem não, naturalmente ela quer saber o porquê, pergunta esta que é
normal e deve ser respondida com maturidade emocional. O egocentrismo e o
narcisismo são aspectos necessários e naturais neste estágio evolutivo da
criança. Os pais devem entendê-la e educá-la da melhor maneira possível,
ajudando-a a desenvolver sua inteligência emocional.
A partir da segunda infância,
quando o desenvolvimento cognitivo da criança é maior do que na primeira
infância, os ensinamentos de uma religião sadia devem ser ministrados de
maneira sensata e fim de que se possa contribuir na formação de uma
personalidade sadia na criança. Gordon W. Allport, em sua teoria chamada
personalista, afirmou que “a religião é um fator de integração da
personalidade”.
A criança desenvolve a sua
religiosidade no contato que tem com os pais, que conforme já estudamos no
capítulo anterior, são os primeiros a dar os ensinamentos a seus filhos. Nesta
fase evolutiva do ser humano, a religião da criança pode ser expressa com
palavras, gestos, imitando normalmente a dos pais. A princípio este
comportamento condicionado da criança é feito por hábito, mas poderá ter um
grande significado se os responsáveis souberem tirar proveito destes primeiros
anos de vida da criança. Na Bíblia Sagrada, no livro de Provérbios 22.6, o
sábio Salomão, referindo-se aos primeiros anos de vida da criança, deixou-nos o
seguinte conselho: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e ainda
quando for velha não se desviará dele”.
Segundo o psicólogo Erik Erikson, “os
primeiros anos de vida são cruciais para a formação de atitudes que se
refletirão através de toda a vida”. Aos pais, seminaristas, professores de
escola bíblica dominical, enfim, cabe a todos nós educadores a responsabilidade
de usar o que temos de melhor, ensinando e respondendo quaisquer perguntas
feitas pelas crianças, sem mostrar irritação e usando vocabulário dentro do
alcance da mesma, assim sendo, estaremos proporcionando às crianças,
principalmente nos seus primeiros anos de vida, condições para desenvolver em
sua mente a inteligência racional e emocional, tão necessária para vivenciar o
dia-a-dia de hoje e de amanhã.
Terceira infância
Inicia-se por volta dos seis anos
de idade, quando a criança ingressa no ensino fundamental, e termina por volta
dos doze anos de idade, para a menina; e aos quatorze anos, para o menino.
Ao ingressar no ensino
fundamental, a criança terá a sua socialização ampliada na sala de aula,
onde geralmente confronta o que aprendeu no seio familiar, com o que as outras
crianças aprenderam. Neste confronto de informações, se o que os pais ensinaram
não coincidir com os ensinamentos do meio escolar ou outro meio freqüentado
pela criança, esta poderá ter dificuldade para adaptar-se à classe. Nesta etapa
do desenvolvimento humano, os limites da imaginação e da realidade não se
encontram bem definidos. É importante que os pais reconheçam os seus erros e as
injustiças cometidas, apresentando desculpas, pois o desenvolvimento emocional
da criança depende da maneira pela qual os pais ajudam-na a transpor os
obstáculos, proporcionando-lhe condições adequadas, para que ela, por si,
compreenda que nem toda imaginação tornar-se-á realidade.
Com a ampliação da socialização da
criança, que é favorecida pela entrada da mesma na escola, onde lhe é
proporcionado o aumento do desenvolvimento cognitivo, devido ao contato com um
novo grupo de crianças, de diferentes educações e denominações, surgem as
curiosidades que são peculiares nesta faixa etária. Quanto às perguntas sobre a
religião, elas devem ser respondidas de maneira que a criança entenda o
que está sendo dito e possa tirar proveito para seu dia-a-dia.
Segundo Gordon W. Allport, um dos
psicólogos que mais estudou profundamente a personalidade, o aspecto
intelectual da experiência religiosa é mais importante do que o emocional, para
a formação da personalidade, tendo em vista que no primeiro aspecto, a lei de
Deus deve ser ensinada levando o aprendiz a raciocinar e tirar suas próprias
conclusões, e no segundo aspecto, a pessoa age de acordo com o seu estado
emocional.
Puberdade
É o conjunto das transformações
psicofisiológicas ligadas à maturação sexual que traduzem a passagem
progressiva da infância à adolescência. Esta fase é caracterizada pelo
desenvolvimento das caracteres sexuais, pela modificação da voz e pela
socialização de caráter definitivo, onde os púberes costumam procurar outros do
mesmo sexo e idade para serem seus confidentes. Se os pais, durante a infância,
participaram do mundo interior da criança demostrando que a amava, nesta fase
de transição da meninice para a adolescência, bons frutos colherão.
A puberdade inicia-se no término
da meninice, tendo a duração de aproximadamente dois anos. Na menina, tem
início aproximadamente aos 12 anos de idade e nos meninos, aos 14 anos, o que
nos permite concluir que a menina adquire maturidade mais cedo do que o
menino.
Adolescência
A palavra adolescência, que vem do
latim “adolescere”, significa crescer. As forças vitais e a capacidade
intelectual do adolescente se encontram em pleno crescimento, impulsionando-o a
questionar algumas regras que vivenciou na infância e outras do aqui e agora.
Esta variedade de situações conflituosas é necessária para a auto-afirmação.
Aos educadores cabe a importante tarefa de atuarem com agentes facilitadores do
desenvolvimento intelectual e emocional do adolescente, preparando-o para a
adultização, utilizando, se for necessário, a ajuda de psicólogo e pedagogo.
Esta fase do desenvolvimento
humano inicia-se em torno dos 12 anos e termina por volta dos 16 anos de idade,
com o início da juventude.
As emoções
Segundo a psicanalista Anna Freud “a
manutenção de um equilíbrio estável no processo da adolescência é anormal e que
a adolescência por sua natureza é uma interrupção de um crescimento pacífico”. A
ansiedade, as tensões, as frustrações, as inseguranças, os desajustamentos
desta fase do desenvolvimento humano que tanto perturbam o comportamento dos
adolescentes, podem ser amenizados com os educadores proporcionando meios
adequados para expandirem suas emoções e seus sentimentos.
Prática de esportes e outras
atividades físicas que possam ser vencidas pelos adolescentes são excelentes
estratégias, para que eles possam canalizar suas energias. Encontros para os
adolescentes, cultos, recreação, retiros são outras atividades que devem ser
promovidas, para que possam verbalizar seus sentimentos e suas aspirações.
Palestrantes capacitados e
democráticos, que saibam respeitar e obter respeito, falar e ouvir o que os
adolescentes têm para dizer, ajudam muitíssimo no desenvolvimento emocional e
religioso deste ser que tanto carece de compreensão.
A identidade
Ao reagirem a alguns conceitos e
atitudes que tomavam em relação a ele, quando era criança, o adolescente, nesta
fase de transição para a vida adulta, quer criar a sua própria concepção do
mundo. Para isto exige tratamento igual ao do adulto. Liberdade e respeito são
as coisas que o adolescente almeja para não ficar castrado e limitado de criar
sua própria identidade. Aos educadores cabe a responsabilidade de distinguirem
o que é normal ou anormal neste desafio enfrentado pelo adolescente. Normal é o
equilíbrio.
Os conflitos
Muita vezes, ocorrem devido à diferença dos níveis
culturais entre o adolescente e os educadores, devido a fatores como a
diferença de idade. No universo atual, as oportunidades de ensino são maiores e
através, principalmente, dos meios de comunicação, o adolescente aprende certas
normas de conduta não condizentes com as que os pais aprenderam, ou seja, as
experiências que os adultos vivenciaram em seu tempo de adolescente são, na
maioria das vezes, diferentes das que os filhos vivenciam agora. Sendo o
universo de conhecimento de ambos, diferente, poderão surgir então, os
conflitos que exigem o máximo de orientação e compreensão por parte dos pais e
educadores, a fim de que possam contorná-los, evitando aflições desnecessárias.
Nesta fase do desenvolvimento humano existe uma
crescente dissonância entre o id, o ego e o superego. Depois
de certo tempo, se os educadores se posicionarem como amigos, o aparelho
psíquico do adolescente voltará a funcionar novamente como um conjunto
harmonioso. Assim, como nas outras fases do desenvolvimento humano, na
adolescência, o ser humano necessita de educadores possuidores de maturidades
religiosa e emocional, para conversarem com eles de igual para igual, para
adaptá-los ao mundo de hoje e de amanhã.
O desenvolvimento psicossexual
Esta fase do desenvolvimento humano é marcada por
impulso sexual maior do que nas faixas etária anteriores. A ampliação da
socialização do adolescente, que ocorre devido ao contato com os outros
adolescentes de variadas maneiras de pensar, sentir, vestir e usar as partes
íntimas do corpo, torna-se um veículo canalizador da confusão psicológica da
maneira sensata de utilizar as partes íntimas do corpo. Revistas e filmes
pornográficos, propagandas de produtos em que aparecem homens e mulheres nus, o
incentivo do uso de preservativos e pílulas anticoncepcionais são alguns dos
estímulos que podem motivar os adolescentes a uma atividade sexual, fora dos
propósitos impostos pela decência, isto é, lei de Deus.
Nesta conjuntura, há necessidade de que os
responsáveis pela educação familiar, escolar e religiosa, orientem os
adolescentes, a fim de que os mesmos consigam por si próprios tomar consciência
do verdadeiro propósito da relação sexual, a fim de contribuir com a redução do
alto índice de abortos infantis, mães solteiras, adolescentes sem lar para si e
seus filhos, mulheres e homens que adquirem AIDS através do ato sexual, porque
o seu parceiro ou parceira adquiriram através do adultério etc.
A religiosidade adolescente
Os adolescentes, na tentativa de provar sua
autonomia, rebelam-se contra os pais e as autoridades. Alguns não aceitam a
denominação que receberam por mera tradição de seus pais, dependendo, é
óbvio, do ensinamento que lhe foi proporcionado. Fazem perguntas e muitas vezes
não encontram respostas condizentes, o que serve como motivo para abandonarem a
denominação de seus pais. Alguns voltam para a denominação anterior, quando a
crise da adolescência passa, e outros não voltam jamais a praticar a
denominação que muitas vezes lhes foi imposta, na infância, e que jamais
assimilou.
Uma das tarefas do adolescentes, segundo Pratt, é “analisar
sua herança intelectual e transformá-la em algo propriamente seu”, isto é,
com o crescimento da sua intelectualidade o adolescente quer ter razão para
crer naquilo que lhe foi ensinado na infância, sendo esta atitude normal para
que ele possa firmar sua personalidade. Assim é a denominação e outro processos
humanos.
Nesta difícil fase do desenvolvimento humano, os
pais, pastores, presbíteros, diáconos, seminaristas, professores de escola
dominical podem contribuir grandemente para a maturidade emocional e religiosa
do adolescente, orientando-o educando-o para a adultização, não o deixando
desamparado nesta tão importante fase do desenvolvimento humano. A orientação e
os debates devem ser fundamentados na democracia e na inteligência emocional, a
fim de que o adolescente possa tirar as suas dúvidas, e seguir a denominação,
não porque lhe foi imposta, mas por que ele tem motivos de sobra para a sua
prática religiosa, diminuindo assim o alto índice de adolescentes que abandonam
a denominação de seus pais. Existem diversos temas que podem ser abordados em
palestras dadas por pastores, psicólogos, psiquiatras, pedagogos, enfermeiras,
advogados, assistentes sociais etc, a fim de que os adolescentes possam
adquirir sabedoria que poderá ser utilizada, num futuro bem próximo, evitando
os erros que geralmente são cometidos por falta de conhecimentos.
A conversão religiosa
Alguns estudiosos da psicologia da religião advogam
que o período em que ocorre realmente a conversão religiosa é o da
adolescência, onde devido à ampliação do desenvolvimento intelectual, o
adolescente questiona os valores religiosos aprendidos na infância. Encontrando
respostas plausíveis para o seu questionamento, poderá engajar no processo da
conversão religiosa sem traumas. Segue a denominação por que teve uma
reeducação democrática, onde o aspecto intelectual sobressaiu sobre o
emocional, em contato com educadores, detentores de maturidade emocional e
religiosa.
Do ponto de vista luterano, a conversão religiosa é
a renovação constante pela qual passas o cristão, procurando cada vez mais estar
perto de Deus, assim sendo, os pais e os ministros do Evangelho de nosso Senhor
Jesus Cristo podem ser agentes facilitadores da conversão religiosa do
adolescente, contribuindo assim, para a diminuição de adolescentes que
abandonam principalmente o Cristianismo.
Juventude
Inicia-se por volta dos dezesseis anos e termina em
torno dos vinte e cinco anos de idade, com o início da maturidade.
Nesta fase do desenvolvimento humanos, a pessoa tem
diante de si diversas situações em que ela precisa decidir com sensatez, pois
poderão refletir para o resto do ciclo vital. Uma delas é a pressão psicológica
sexual, que através dos meios de comunicação modernos, a juventude fica exposta
a diversos sentimentos sobre a sexualidade. Um deles ocorreu recentemente, no parque
Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Onde várias pessoas pousaram nuas, para um
fotógrafo americano.
O ingresso da juventude em uma sexualidade fora dos
propósitos bíblicos tem contribuído para a procriação de filhos com falta de
religiosidade e de um bom relacionamento no lar, que são fatores que condizem a
dependência química.
Diante de variados estilos de comportamento humano,
o jovem precisa ser ele mesmo, decidindo com sensatez a hora de iniciar
qualquer tipo de relacionamento, escolhendo para si, o que há de melhor. Se o
sonho idealizado nas fases anteriores não é possível de ser realizado na
juventude, o importante é não se desesperar e idealizar outro, dentro dos
limites impostos pela decência, pois a responsabilidade de procurar e bem-estar
biopsicossocial é de cada um dos jovens.
Maturidade
A fase adulta ou da maturidade é a penúltima fase
do desenvolvimento humano. O termo maturidade significa a plenitude atingida
pelo ser humano nas realizações de suas potencialidades. Esta fase do desenvolvimento
inicia-se por volta dos vinte e cinco anos de idade e termina por volta dos
cinqüenta anos de idade.
Nesta fase do desenvolvimento psicológico do
homem adulto, o comportamento religioso primário ajuda-o na compreensão dos
sentimentos e na formação de procedimentos leais para com Deus e com os homens.
Terceira idade
Neste período do desenvolvimento humano, que se
inicia em torno dos cinqüenta anos de idade, a pessoa tem diminuídas as suas
forças vitais, devido ao envelhecimento normal de suas células.
A qualidade do relacionamento do idoso com as
pessoas de faixa etária inferior está diretamente relacionada ao
desenvolvimento da personalidade do idoso, nos estágios anteriores. Se durante
os estágios anteriores do ciclo vital, o idoso conseguiu manter a integridade
do ego, adaptando-se as mudanças impostas pelo meio ambiente , na velhice usará
a sabedoria vivenciada naquele estágio, mantendo o seu equilíbrio psíquico,
físico e espiritual. No entanto, se nos estágios anteriores ao da velhice, a
maior parte do ego foi mal integrado, esta vivência coloca o idoso em situações
mais ou menos idênticas às vivências nos estágios de desenvolvimento
anteriores.
Aqui, nesta última fase do desenvolvimento humano,
a religião da pessoa idosa possuidora do comportamento religioso primário,
funciona como elemento de transição final da vida, como podemos interpretar nos
dizeres do apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira e
guardei fé; Desde agora a coroa da justiça me está guardada a qual o Senhor
justo juiz me dará naquele dia e não somente a mim, mas também a todos os que
amarem a sua vida”.
3- A FÉ RELIGIOSA
Dicionário Bíblico Universal- p.
159
Definição da Palavra
A simples fé
implica uma disposição de alma para confiar noutra pessoa. Difere de
credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e,
ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não lhe é contrário. A
credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela
simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e
não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão
forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na
atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua
vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso.
A fé cristã é uma
completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito,
havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e
desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do
Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da
fé. A fé é descrita como "uma simples mas profunda confiança Naquele que
de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros
adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras". A mais
simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração.
A Fé no AT
A atitudes para
com Deus que no NT a fé nos indica, é largamente designada no AT pela palavra
"temor". O temor está em primeiro lugar que a fé; a reverência em
primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em
Deus é princípio essencial no AT, sendo isso particularmente entendido naquela
parte do AT, que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas,
isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não está longe da verdade, quando se sugere
que o "temor do Senhor" contém, pelo menos na sua expressão, o germe
da fé no NT. As palavras "confiar" e "confiança" ocorrem
muitas vezes; e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn
15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo
típico de fé na prática.
A Fé, nos Evangelhos
Fé é uma das
palavras mais comuns e mais características do NT. A sua significação varia um
pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego
mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em
contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As
palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada
relação com a obra e a palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na
obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros
Evangelhos (Mt 9.29; 13.58; 15.28; Mc 5.34-36; 9.23; Lc 17.5,6). Esta fé, pelo
menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de
realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder; é a fé que opera maravilhas.
Na passagem de Mc 11.22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no NT, uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros Evangelhos (Mt 9.2; Lc 7.50): é a fé salvadora que significa salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome "fé" não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo "crer". Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3.15-18; 4.41-53; 19.35; 20.31, etc). Em cada um dos evangelhos, Jesus proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em João do que nos evangelhos sinóticos, mas é bastante clara no último (Mt 18.6; Lc 8.12; 22.32).
4-
MATURIDADE RELIGIOSA
Samuel Costa
Livro: Fundamentos psicológicos para ministros do
evangelho. Rio de Janeiro, 2002,
págs.90 a 93.
Emoção religiosa
É aquela em que o
estado afetivo do ser humano se volta para a divindade ou o sobrenatural. Entre
diversos exemplos, contidos na Bíblia Sagrada, temos o de Jó, que está relatado
no livro do mesmo nome. Jó teve grandes perdas em sua vida, mas vivenciou-as,
com seus sentimentos voltados para Deus. No livro de Jó 1.21, temos um dos
diversos sentimentos de Jó: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei
para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor”.
Maturidade
Para definir o que é maturidade
emocional, analisemos o episódio que ocorreu com Moisés e seu sogro Jetro, no
dia seguinte, após eles terem, juntamente com todos os anciãos de Israel,
comido o pão diante de Deus, em agradecimento ao livramento que Ele tinha dado
ao povo, livrando-o das mãos dos egípcios:
E aconteceu que, no outro dia, Moisés
assentou-se para julgar o povo; e o povo estava em pé diante de Moisés desde a
manhã até à tarde.
Vendo, pois, o
sogro de Moisés tudo o que ele fazia ao povo, Jetro dialogou com Moisés:
§
Jetro: Que é isto, que tu fazes ao povo? Por que te assentas só,
e todo o povo está em pé diante de ti, desde a manhã até a tarde?
§
Moisés: É porque este povo vem a mim, para consultar a Deus;
quando tem algum negócio vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes
declare os estatutos de Deus e as suas leis.
§
Jetro: Não é bom o que fazes. Totalmente desfalecerás, assim tu
como este povo que está contigo; porque este negócio é mui difícil para ti; tu
só não o podes fazer. Ouve agora minha voz, eu te aconselharei, e Deus será
contigo. Sê tu pelo povo diante de Deus, e leva tu as cousas a Deus; E
declara-lhes os estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que devem
andar, e a obra que devem fazer.
E tu, dentre todo o povo, procura homens
capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que odeiem a avareza; e põe-nos
sobre eles por maiorais de mil, maiorais de cem, maiorais de cinqüenta, e maiorais
de dez;
Para que julguem este povo em todo o
tempo; e seja que todo o negócio grave tragam a ti, mas todo o negócio pequeno
ele o julguem; assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão
contigo.
Se isto fizeres, e Deus to mandar,
poderás então subsistir; assim também todo este povo em paz irá ao seu lugar.
E Moisés deu ouvidos à voz de seu sogro,
e fez tudo quanto tinha dito; e escolheu Moisés homens capazes, de todo o
Israel, e os pôs por cabeças sobre o povo; maiorais de mil,. maiorais de cem,
maiorais de cinqüenta e maiorais de dez. E eles julgaram o povo em todo o
tempo; o negócio árduo trouxeram a Moisés, e todo o negócio pequeno julgaram
eles.
Então despediu Moisés o seu sogro, o qual
se foi à sua terra.
(Fonte: Bíblia
Sagrada – Êxodo 18.13-27)
Maturidade
emocional
A pessoa possuidora de maturidade
emocional sabe intelectualizar sensatamente o seu intra e inter-relacionamento,
mantendo o seu controle emocional, quando a situação for favorável ou não. No
seu relacionamento com as outras pessoas, é capaz de:
Amar e ser amado
Respeitar e se fazer respeitado
Ouvir o que as outras pessoas falam, como também se fazer
ouvido
Aceitar o seu semelhante como um indivíduo e da maneira
que ele é
Ser sincero em suas colocações
Ser empático e assumir uma atitude não-crítica
Aceitar as suas limitações e as dos seus semelhantes
Conviver tanto na alegria como na tristeza
Saber perder e ganhar
Maturidade religiosa
Nos escritos da oração do Pai Nosso,
deixada por nosso Senhor Jesus Cristo, temos todas as características da
maturidade religiosa. Antes de defini-la, relembremos esta oração didática:
Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome;
Venha o teu reino, seja feita a tua vontade,
Assim na terra como no céu;
O pão nosso de cada dia nos dá hoje;
E perdoa-nos as nossas dívidas,
Assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
E não nos deixe cair em tentação;
Mas livra-nos do mal;
Porque teu é o reino, e o poder e a glória , para sempre.
Amém.
A pessoa possuidora de maturidade
espiritual sabe intelectualizar sensatamente o seu relacionamento com a
divindade ou o sobrenatural. As que têm Deus em sua mente, como o seu único
guia espiritual, e possuem maturidade emocional e espiritual, são sabedoras de
que Deus é livre para responder ou não as suas petições, tendo em vista, que
estes cristãos vivem conforme a vontade de Deus, não se desesperando diante das
aflições do dia-a-dia, mas carecendo sempre da misericórdia da divindade.
5- FÉ CRISTÃ, PSICOLOGIA E
PSIQUIATRIA
Samuel Costa
Livro: Fundamentos psicológicos para ministros do
evangelho. Rio de Janeiro, 2002,
págs.153 a 159.
Abaixo descrevo alguns dos fatos
importantes que têm contribuído para a aliança entre a Bíblia Sagrada, que é a
palavra inspirada de Deus, e a psicologia, a psicanálise e a psiquiatria, que
são verdades científicas compatíveis com a verdade revelada:
O pastor Oskar
Pfister (1873-1956) nasceu em Zurique, é doutor em Filosofia e Doutor honóris
causa em Teologia. Foi o primeiro ministro do Evangelho do nosso Senhor
Jesus Cristo a combinar a psicanálise coma cura da alma. Através da análise, o
pastor e psicanalista Pfister procurava trazer do inconsciente os conflitos
inconscientes e projetar no consciente das pessoas atendidas por ele, a fim de
que elas pudessem praticar o desenvolvimento do amor, tendo em vista que os
conflitos emocionais podem deixar a pessoa não só desestruturada
emocionalmente, como também psíquica, física e religiosamente.
Em 1944, o Pr.
Oskar Pfister publicou o livro chamado “Das Christentun und die Angst”.
No prefácio deste consta a maneira como Pfister vivenciou a psicanálise
freudiana: “Tão logo procurei aplicar os novos conhecimentos na cura de
almas, provei a alegria do descobridor e do auxiliador, sempre de novo
experimentada. Principalmente o estudo das neuroses fóbicas e compulsivas, como
também suas seqüelas na vida religiosa e moral, abriram meus olhos para as
principais conexões a suas leis. Até as insensatas excentricidades religiosas,
como as interessantes neoformações, aprendi a compreender em sua dimensão
causal. (...) Experimentei como a neurose altera a prática cristã do devoto, de
modo que adquire traços neuróticos (...) Os dogmas são monstruosamente
ressaltados, transformando-se por vezes em fetichismo dogmático. Desta forma,
de uma religião de amor; o Cristianismo transformou-se, talvez até ma maioria
das vezes, em uma religião de angústia perante os dogmas. Deus, de um pai
celestial amoroso, transformou-se, em épocas especialmente negras de um
cristianismo coercitivo, num Pai sinistramente dogmático”. (Fonte: Prefácio
do seu livro publicado em 1944, pelo pastor Oskar Pfister, sobre o título de: Das
Crhistentum und die angst – O Cristianismo e a angústia)
Carl Gustav Jung,
filho de pastor protestante, foi o pioneiro da psicologia profunda. Em suas
investigações científicas em torno da mente, deparou-se constantemente com os
fenômenos religiosos. Para Jung, a mente humana já nasce com potencialidade,
que a impulsiona a procurar Deus. Psicologia e religião e Resposta a
Jó são livros que fazem parte das investigações científicas sobre o
fenômeno religioso. Carl Gustav Jung achava que a falta da religião era a
principal causa da neurose no homem adulto.
Gordon W. Allport
(1897-1968) foi um psicólogo da personalidade. Ao investigar o comportamento
religioso do ponto de vista psicológico, conclui que: “a religião é um fator
de integração da personalidade”.
Carl Rogers (1902-1987), filho de evangélico,
cursou o Seminário Unido, em Nova York, para ser um pastor. No período
universitário, cursando Psicologia, Carl Rogers ficou feliz em saber que com
seus conhecimentos científicos a respeito do comportamento humano, poderia ser
utilizado e ter muito mérito fora da igreja, trabalhando com pessoas que
precisavam de uma relação de ajuda.
O Grupo para o
Desenvolvimento da Psiquiatria publicou, em 1946, nos Estados Unidos da
América, o seguinte artigo:
“Por séculos, religião e medicina
se têm relacionado intimamente. A psiquiatria, como ramo da medicina, tem
estado tão intimamente relacionada com a religião que, às vezes, era difícil
separá-las. Na proporção em que a ciência se desenvolveu, entretanto, medicina
e religião assumiram funções distintas na sociedade, mas continuam a partilhar
o alvo comum, que é o bem-estar do ser humano. Isso é também verdade do método
psiquiátrico chamado psicanálise. Nós, como Grupo para o Desenvolvimento da
Psiquiatria, cremos na dignidade e na integridade do indivíduo. Cremos que
o alvo por excelência do tratamento é levar o indivíduo assumir sua
responsabilidade na sociedade. Reconhecemos que a influência do lar e sua
contribuição na educação moral do indivíduo é de crucial importância.
Reconhecemos também o importante papel que a religião pode desempenhar na
formação e melhora dos estados emocionais e morais. Os métodos psiquiátricos
visam a ajudar os pacientes a alcançar saúde em sua vida emocional, de modo que
possam viver em harmonia com a sociedade e seus padrões. Acreditamos que não há
conflito entre psiquiatria e religião. Na prática de sua profissão, o
competente psiquiatra será, portanto, sempre guiado por essa crença”.
(Fonte: Thomas A. C. Rennie et., Mental Health in Modern Society (1946),
citado por John Draskeford, op. Cit., pág. 157.)
O Corpo de Psicólogo e Psiquiatra Cristão foi
criado no Brasil no ano de 1976. Trata-se de uma instituição cristã,
interdenominacional, crê na Bíblia como palavra inspirada de Deus; na igreja,
como o corpo de Cristo, como comunidade terapêutica; e que toda verdade
científica é compatível com a verdade revelada. O CPPC funciona como fórum
permanente de estudos de questões das áreas de psicologia, psiquiatria, saúde e
religião, agrupando profissionais e estudantes destas áreas. (Fonte: site www.cppc.org.br)
Rosângela Alves Justino, psicóloga-psicodramatista,
escreveu o livro “Da homossexualidade à heterossexualidade”. Nos
escritos de Rosângela, podemos constatar que há possibilidade de resgatar a
heterossexualidade das pessoas que vivem sob o conflito mente-sexo-corpo.
Merval Rosa, licenciado em Letras Clássicas, mestre
em Teologia, doutor em Psicologia, docente no Seminário Teológico Batista do
Norte do Brasil, 1969, publicou o livro “Psicologia da Religião” que
aborda a influência que a divindade ou o sobrenatural produz no
comportamento do homem religioso.
Remo Cardoso Machado, médico psiquiatra, em 1993,
publicou o livro “Psicoterapia centrada na Bíblia”, no qual ele alia os
seus conhecimentos bíblicos à psiquiatria.
Jamiel de Oliveira Lopes, ministro do Evangelho,
psicólogo clínico, pós-graduado em Psicopedagogia e Metodologia de Ensino
Superior. Fundou em Maceió, o Núcleo de Psicologia e Teologia Cristã,
atualmente denominado de Núcleo Cristão de Apoio à Família. Seu filho
adolescente e você; Aprendendo a lidar com o adolescente vol. I e II e
Abrindo o jogo com o adolescente são exemplos de obras de Jamiel, que alia
a fé cristã, a psicologia e uma das suas áreas de especialização, a
Psicopedagogia.
Jorge A. León, pastor, doutorado em Filosofia, com
especialização em Psicologia, doutor em Teologia, pós-graduado em Psicanálise,
professor em seminários teológicos e universidades, em 1996, publicou o livro “Introdução
à Psicologia pastoral”. Segundo León. “a psicologia pastoral tem por
objetivo ajudar o ser humano a ser mais humano e melhor cristão”.
No Brasil, os Médicos de Cristo, entidade
composta das associações de médicos, dentistas, nutricionistas e hospitais
evangélicos, têm ministrado cursos de especialização em capelania hospitalar
aos ministros do Evangelho de Cristo, que almejam aliar conhecimentos desta
especialização à fé cristã e ajudar no aconselhamento dos doentes
hospitalizados. (Fonte: site www.medicosdecristo.zzn.com)
Fábio Damasceno, pastor, médico
psiquiatra e terapeuta familiar, em 1998, publicou os livros “Psicologia do
perdão” e “Oficina de Cura Interior”, aliando a fé cristã a
psiquiatria.
Elizete Malafaia, bacharel em
Teologia, psicóloga clínica, pós-graduada em terapia familiar e coordenadora do
grupo de psicoterapeutas cristãos que atendem a pessoas carentes. A mulher e
a auto estima; A mulher e a família; Como vencer a ansiedade; Mulher vitoriosa
são algumas de suas mensagens, em vídeo. Nelas, Elizete alia a fé cristã aos
conhecimentos científicos.
Silas Malafaia, pastor, bacharel em Teologia e psicólogo
clínico. Vencendo a Depressão; Aborto, homossexualismo e depravação moral;
Cura interior à luz da Bíblia são algumas de suas mensagens em fitas de
vídeo. Nelas, Silas alia a fé cristã aos conhecimentos científicos.
Marcelo Aguiar, pastor, bacharel em Teologia,
psicólogo clínico e docente do Seminário Batista do Espírito Santo, em 1998,
publicou o livro “Cura pela Palavra”, aliando a fé cristã à Psicologia.
Elaine Viana de Almeida Cruz, missionária, mestra
em Educação, psicóloga clínica e escolar, em seu livro “A difícil arte de
criar filhos” aliou a fé cristã a sua formação acadêmica.
Carlos Alberto Silva Ferreira, psicólogo clínico,
pós-graduado em psicologia médica, docente de seminário teológico, em seus
livros “Psicologia cristã” e “Psicoterapia Cristã”, aliou sua fé
cristã à Psicologia.
A União Nacional Evangélica de Saúde é composta por
médicos, enfermeiros, odontólogos, psicólogos, fisioterapeutas, assistentes
sociais, fonoaudiólogos, capelães, dentre outros profissionais que lidam direta
ou indiretamente com as necessidades humanas. Um dos objetivos da Unes é tratar
do espírito, da alma e do corpo daqueles que a procuram, compartilhando com
estes a Palavra de Deus, a fim de que Ela possa penetrar até a divisão da alma
e do espírito, das juntas e da medula, e proporcionar a saúde integral.
(Fonte: site www.unesaude.com.br)
São incontáveis as pessoas que, com
formação acadêmica em Psicologia, Medicina, Odontologia, Enfermagem, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Pedagogia, Assistência Social, têm contribuído para o bem-estar
físico , mental e social do ser humano. No IV Congresso Nacional de Médicos de
Cristo, discursou sobre o interesse de nosso Senhor Jesus Cristo na saúde
integral do ser humano. Nas palavras do Dr. Wilson, “cabe aos profissionais
evangélicos não só tratar de saúde física, mental e social, mas também a
espiritual, isto é, a saúde integral”. Encontro respaldo para as palavras do
doutor no depoimento deixado pelo médico Lucas, referindo-se à saúde do menino
Jesus, aos 12 anos, quando discursava no templo: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”. (Lucas
2.52).
Nós, profissionais de saúde, para
tratarmos integralmente dos pacientes, devemos apoderar-nos de um dos mais
lindos ministérios: o da oração de intercessão, a qual é realizada, geralmente,
por cristãos maduros espiritualmente. Ela tem por objetivo pedir a Deus uma
solução para os problemas daqueles que sofrem. Alguns pacientes não aceitam
ouvir a Palavra de Deus, que lhes pode dar a cura espiritual, devido ao estado
emocional em que se encontram ou à crença que professam. Por meio da oração de
intercessão, contudo, que pode ser realizada à distância, eles são
beneficiados, porque a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tiago
5.16b), e Deus, então encarrega-Se de providenciar-lhes a cura espiritual.
ORIENTAÇÃO PARA ESTUDOS
Visando auxiliar na sua compreensão e no seu crescimento intelectual, achamos
necessário apresentar algumas dicas, simples, mas de extrema importância para
um bom aproveitamento de estudos.
1.
Leia a primeira vez para conhecer o conteúdo;
2.
Releia, lentamente, parágrafo por parágrafo;
3.
Grife as palavras desconhecidas e procure o seu significado no
dicionário;
4.
Sintetize, oralmente, o que leu;
5.
Responda às perguntas porventura existentes no final do texto.
BIBLIOGRAFIA
COSTA, Samuel. Fundamentos psicológicos para ministros
do Evangelho. Rio de Janeiro, 2002.
Dicionário Bíblico Universal
Sites pesquisados:
http://www.psiqweb.med.br/persona
AVALIAÇÃO
1- Como você define a personalidade humana?
2-
Comente sua posição diante da teoria de Freud.
3-
Comente sua posição diante da teoria de Jung.
4-
Qual a importância da religião para a personalidade do
homem?
5-
Dê exemplos práticos para os três tipos de comportamento
religioso.
6-
Como deve se desenvolver o ensino religioso nas
diferentes fases da vida.
7-
O que significou a fé no antigo e no novo testamento.
8-
Como se porta o indivíduo que possui maturidade emocional.