BÁSICO DE CAPELANIA
A QUEM SE DESTINA:
Visa o preparo e qualificação de: pastores, bispos, presbíteros, evangelistas, diáconos, obreiros e membros recomendados por seus pastores, a desenvolverem o ministério de auxílio ao aflito nas entidades de internações coletivas hospitalares.
REQUISITO:
Escolaridade livre.
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:
Pelo E-mail teologiasemfronteiras@gmail.com
Pelo E-mail teologiasemfronteiras@gmail.com
MATRIZ CURRICULAR:
1 – CLÍNICA PASTORAL
2 – INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
3 - PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
4 – RELAÇÕES HUMANAS
5 - EVANGELISMO PESSOAL
6 - LITURGIA
7 – ORATÓRIA
8 – HOMILÉTICA
9 – ACONSELHAMENTO CRISTÃO
10– ÈTICA CRISTÃ
11- CAPELANIA GERAL
VEJA A DISCIPLINA DE PSICOLOGIA PATORAL
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA
TÓPICOS:
1.
Conceito de Psicologia
2. Psicologia científica x Psicologia do senso comum
3. Comportamento, relações funcionais e meio ambiente
4. O modelo atual biopsicossocial do homem x modelo biomédico
5. Psicólogos e Psiquiatras
6. O estudo de animais para entender o homem
7. Subjetividade
8. Atribuições e áreas de atuação
10. Ética na Psicologia
11. Perfil atual dos psicólogos
1. Conceito de Psicologia
|
Psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano,
as interações dos organismos com o seu ambiente.
Dependendo do enfoque e
conhecimento de homem que está sendo utilizado a psicologia pode ter vários
conceitos, dentre eles: ciência que estuda os seres humanos e seus processos
psíquicos.
Todorov (1999) definiu a
psicologia como sendo a ciência que estuda a mente e o comportamento. Para que
a definição seja inteligível, é necessário saber o que é mente e o que é
comportamento.
O conceito “ciência que estuda o comportamento
humano” pode ser completo se entendermos e buscarmos nos aprofundar nos
conceitos de ciência, comportamento e homem. Se soubermos descrever o que é ciência, o que é
comportamento humano e quem é esse homem estudado pela psicologia (caso mais
complexo, mais filosófico) estaremos entendo o conceito de psicologia aqui
apresentado.
2. Psicologia científica x
Psicologia do senso comum
O tipo
de conhecimento que vamos acumulando no nosso cotidiano é chamado de senso
comum.
Exs:
a)
a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para
manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá razoavelmente
quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas vezes, desconhecendo
completamente as leis da termodinâmica.
b)
a professora sabe que se recompensar a boa disciplina
do aluno do curso primário com uma estrelinha no caderno, pode aumentar o
comportamento desse aluno ser obediente na sala de aula.
c)
a mesma recompensa da letra “b” pode servir de exemplo
para os outros alunos.
d)
a namorada sabe que se marcou um encontro com o
namorado para às 20h e ele chegou às 21h, pode ficar de cara fechada com
intenção de puní-lo por tê-la feito esperar.
Na letra “a” a pessoa sem saber sobre Física sabe conseguir o efeito
esperado no ambiente. Nas letras “b”, “c", “d”, as pessoas agiram com
intenção de modificar o comportamento de alguém, mas sem saber de leis ou
teorias da psicologia.
O conhecimento do senso comum é intuitivo, espontâneo, de tentativas e
erros. É um conhecimento importante porque sem ele a nossa vida no dia-a-dia
seria muito complicada. O senso comum percorre um caminho que vai do hábito à
tradição, que passa de geração para geração. Integra de um modo o conhecimento
humano.
A utilização
de termos como ‘rapaz complexado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa
a comunicação do senso comum acerca do comportamento humano, que muitas vezes
não ocorre de maneira científica. Os termos podem até ser da psicologia científica,
mas são usados sem a preocupação de definir as palavras.
Ciência é um
conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade obtidos por meio
de metodologia científica.
Quando
buscamos definir, descrever e prever comportamentos estamos fazendo ciência. O
cientista do comportamento (da psicologia) não fica satisfeito com conceitos
generalizados e rotulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem compromisso e
apenas baseados em ‘achismos’ e observações superficiais. Ele quer observações
sistematizadas, conhecimento metodológico, experimentado, testado, comprovado.
Ex: ‘mulher
louca’ , o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de loucura?
Quando fazemos
ciência, baseamo-nos na realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando bem
utilizada, a ciência permite que o saber seja transmitido, verificado,
utilizado e desenvolvido.
Skinner, no
livro Ciência e comportamento humano,
diz que ciência é uma disposição de tratar com os fatos, de preferência, e não
com o que se possa ser dito sobre eles. Aceitar os fatos, mesmo quando eles são
opostos aos desejos.
Então,
por que a psicologia é ciência?
O
psicólogo contribui para a produção do conhecimento científico da psicologia
através da: observação, descrição e análise dos processos comportamentais.
Algumas
características que descrevem a psicologia como ciência são:
Ø
Objeto específico de estudo = homem (no
sentido mais amplo). Entretanto, é preciso saber que a concepção de homem que o
profissional traz consigo mesmo “contamina” inevitavelmente a sua pesquisa em
psicologia.
Ø
Linguagem precisa e rigorosa = não
utiliza termos do senso comum sem preocupação conceitual.
Ø
Métodos e técnicas específicas =
entrevistas estruturais, testes, técnicas de terapia, dentre outras, obtidas de
maneiras programadas, sistemáticas e controladas, para que se permita a
verificação da validade da ciência e permitindo a reprodução da experiência.
Ø
Processo cumulativo do conhecimento = Um
novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido.
Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança.
Ø
Objetividade = possibilidade de
verificação com o máximo de isenção de emoção possível.
3. Comportamento, relações
funcionais e meio ambiente
Comportamento:
Ø
Ações – evento público
Ø
Pensamentos – evento privado
Ø
Sentimentos – evento privado
Eventos
públicos (agir)
Conjunto de
comportamentos visíveis desenvolvidos pelo organismo. Ex: escrever, andar,
piscar, beijar.
Eventos
privados (sentir e pensar)
Sentir - Emoções
- Sensações
- Sentimentos
Pensar - Pensamentos
- Conceitos
- Fantasias
- Imaginações
- Raciocínio
- Tomada de decisões
O
Sentir
Sensações: respostas
sensoriais aos estímulos ambientais, uma percepção direta do nosso estado
corporal. Ex: sentir fome, sono, sede, frio, calor.
São respostas as
variáveis organísmicas, químicas, como por exemplo: drogas, alimentos,
medicamentos, os processos metabólicos do organismo, a química cerebral que
pode levar a mudanças comportamentais.
Nossos órgãos
sensoriais detectam todo o conhecimento que temos do mundo.
Ex: temos células fotoelétricas
no olho. O comprimento das ondas é a mesma que chega aos olhos de todas as
pessoas, mas o que é diferente é como cada um percebe esse ver. Isso é evento
interno e, portanto, subjetivo.
Não podemos
sentir o que outro sente, por isso é um comportamento privado de quem está
sentindo. Nesse sentido somos solitários no mundo. Só você sente o que você
sente.
Emoções:
é a nossa capacidade de perceber os mais variados sentimentos. Alegria,
tristeza, medo e raiva são as emoções principais.
Sentimentos:
vergonha, ânimo, desânimo, amor, prazer, inquietação, inadequação, humilhação,
importância, satisfação e outros tantos.
Ex:
sentir tristeza e vazio quando está em tensão pré-menstrual.
O lado
emocional está equilibrado e saudável quando apresenta a capacidade de perceber
os mais variados sentimentos em conformidade com a situação vivenciada. Quando
estou vivenciando uma perda, me entristeço; quando estou sendo injustiçada, me
enraiveço; quando ocorre a frustração de um sonho ou de um projeto, fico
desanimada; quando meu time ganha, fico alegre; se algo muito importante para
mim se concretiza, exulto.
O Pensar – nosso pensar
(fantasias, imaginações, raciocínio, etc.) estão controlados por eventos
antecedentes e possuem conseqüências. Esses eventos estão no meio ambiente.
Meio ambiente
Não se pode entender
comportamento sem um contexto, sem a descrição de eventos antecedentes e
conseqüentes do evento descrito. Por isso os conceitos de comportamento e
ambiente são interdependentes, um não pode ser definido sem referência ao
outro.
O agir, o
sentir e o pensar estão em função de variáveis ambientais (meio ambiente) que
são os eventos antecedentes e conseqüentes. Note bem que não é o homem e sim o
comportamento do homem que está sendo interagindo constantemente com os
estímulos que antecedem o seu comportamento, e o seu comportamento está
constantemente tendo conseqüências no ambiente e sendo interagido por elas.
Relação
funcional: antecedentes Û comportamento
Û conseqüentes
Antecedentes
|
Comportamento
|
Conseqüentes (J e L)
|
Variáveis
históricas da vida de cada indivíduo; ambiente físico, social, histórico e
cultural.
|
1-
Eventos privados (sensações)
2- Eventos públicos (ações)
3- Eventos internos (reações
fisiológicas)
Todos esses eventos estão sob
controle de antecedentes e conseqüentes
|
A
conseqüência pode ser positiva ou negativa, depende da história de cada
pessoa.
|
Meio ambiente
(estímulos) = as influências sobre o organismo que determinam o comportamento;
tudo aquilo que afeta o comportamento. Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente
que pode ser interno ou externo ao organismo.
Os homens agem sobre o
mundo, modificam-no e, por sua vez são modificados pelas conseqüências de sua
ação (Skinner, 1978). Assim, além conhecer o organismo e as suas interações, é
necessário conhecer os diversos ambientes o qual um organismo pode se
interagir.
O ambiente que o
indivíduo interage pode ser analisado sob dois prismas (Todorov, 1999):
- O ambiente externo,
dividido em físico e social,
- O ambiente interno
dividido em biológico e histórico.
O
ambiente externo é alterado pelo comportamento por meio de ações mecânicas
sobre ele e pelas interações do indivíduo com o social.
O ambiente
interno é formado pelos processos biológicos e as experiências passadas de cada
pessoa afinal o organismo transporta consigo os resultados de suas interações
passadas.
Obs.:
A psicologia às vezes é definida como a ciência que estuda o comportamento e os
processos mentais. Ora, vimos que os processos mentais fazem parte do
comportamento humano. Os processos mentais dizem respeito ao ‘pensar’. Assim,
dizer que a psicologia estuda o comportamento e os processos mentais é uma
redundância (pleonasmo) desnecessária.
4. O modelo atual biopsicossocial
do homem x modelo biomédico
O organismo que é objeto
de estudo da psicologia é o homem, ainda que para se compreender o
comportamento humano seja necessário estudar outras espécies.
As interações não são as
que fazem parte do organismo (estão dentro), pois estas são estudadas pela
biologia, e não são entre grupos de indivíduos, pois estes são estudados pelas ciências
sociais. Entretanto, a biologia e as ciências sociais podem auxiliar estudos na
área da psicologia e por isso surgiram áreas denominadas de psicofisiologia,
psicobiologia, psicologia social, dentre outras.
Como já descrito, a
concepção de homem que o profissional traz consigo mesmo “contamina”
inevitavelmente a sua pesquisa em psicologia.
Há diferentes concepções de homem em termos filosóficos. O homem pode
ser visto, por exemplo, como um ser:
- puro e que foi
corrompido pela sociedade (concepção de homem natural para Rousseau);
- abstrato, com
características definidas e que não mudam, a despeito das condições sociais a
que esteja submetido (visão determinista);
- datado, determinado
pelas condições históricas e sociais que o cercam (visão histórico-social);
- que influencia e é
influenciado pelo seu meio (visão analítico-comportamental).
Conforme a definição de
homem adotada, teremos uma concepção de objeto da psicologia que combine com
ela.
O modelo
biomédico
O modelo biomédico baseia-se
em grande parte numa visão cartesiana do mundo. Este sistema de pensamento
defendeu que o mundo podia ser comparado a uma máquina, mais concretamente de
um relógio, e que o conhecimento do universo passaria assim pelo “conhecimento
detalhado das peças do relógio”. O que interessa seria então os fenômenos
observáveis, e por assim dizer, o corpo, ficando desta forma o homem reduzido
aos seus aspectos biológicos ou orgânicos, e assim a suas estruturas e processos biológicos e
físico-químicos Todos os outros aspectos são negligenciados.
Para o modelo biomédico,
a doença é encarada como um defeito mecânico (avaria na máquina temporal ou
permanente) localizável numa máquina física e bioquímica. Este defeito pode ser
reparado por meio de meios físicos (cirurgia) ou químicos (farmacologia). A
parte doente pode ser tratada isolada de todo o resto do corpo. Assim, a cura
equivale à reparação da máquina.
De acordo com o modelo
biomédico, uma pessoas está bem com a saúde mental quando existe ausência de
doença. Essa visão reducionista biológica tem sido fortemente criticada a
partir dos anos 70 do séc. XX.
O modelo
biopsicossocial
O homem moderno deve ser
entendido sob um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida deve ser
analisada sob influências biológicas, psicológicas e sociais, aspectos esse que
são interligados.
O homem recebe
influências do seu organismo internamente (genética, vírus, bactérias, doenças
congênitas, defeitos estruturais), da sua percepção própria, experiências e
vivências de mundo (ações, pensamentos e sentimentos) e da sua interação com os
diversos grupos (família, amigos), a sociedade e sua cultura.
Também o homem biopsicossocial
recebe diferentes influências do meio ao longo de sua vida. Muitas áreas são
importantes para a análise do comportamento humano, tais como: afetiva,
familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), lazer, social, escolar,
religiosa, trabalho, biológica (doenças), ambiente cultural, questões morais,
regras sociais, costumes.
6.
Psicólogos e Psiquiatras
Psicólogos clínicos e
psiquiatras muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Ambos os profissionais
podem trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de
pessoas com problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre
esses especialistas deriva de sua formação.
Os psicólogos clínicos
geralmente passam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo sobre
comportamento normal e anormal, diagnóstico e tratamento de vários
comportamentos humanos. Após se formaram devem, por uma questão ética, se
especializaram e aprofundar sua formação em uma ou algumas áreas e teorias da
psicologia.
Os psiquiatras, ao
contrário, completam a faculdade de medicina e dela saem com um diploma de
doutor em medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras servem
aproximadamente três anos como residentes em uma instituição de saúde mental,
mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento para detectar e tratar de
distúrbios emocionais, utilizando medicação (farmacoterapia), cirurgia,
eletroconvulsoterapia, dentre outros processos médicos, e às vezes métodos
psicológicos. Uma vez que a formação do psiquiatra é médica, seu foco para a
cura de problemas está no corpo, no orgânico, no biológico. Para eles, a causa
de distúrbios comportamentais está, principalmente, em alterações bioquímicas,
neurológicas, etc. Segundo a CBO 2002 – Classificação Brasileira de Ocupações –
do Ministério do Trabalho, o psiquiatra realiza consultas e atendimentos
médicos, tratam pacientes com medicação, implementam ações para a promoção da
saúde, coordenam programas e serviços de saúde, efetuam perícias, auditorias e
sindicâncias médicas.
7. O
estudo de animais para entender o homem
O homem é o objeto de
estudo da psicologia, mas por que estudar animais na psicologia? Apesar de
existir vários experimentos psicológicos que utilizam animais, o enfoque está
nos processos psicológicos básicos que acontece tanto em animais não-humanos
como nos humanos. Ex. medo.
Os
animais não-humanos mais utilizados nas pesquisas
psicológicas: peixinhos de aquário, baratas, vermes, caranguejos, morcegos,
ratos, pombos, tatus, cães, gatos, macacos, etc.
E por
que trabalhar com organismos mais simples?
1° Por uma questão ética. Muitas pesquisas não podem ser
realizadas com seres humanos por razões éticas;
2° Por uma questão de praticidade. Os animais não-humanos
são cooperativos, cômodos e estudados com facilidade durante longos períodos e
3° Por uma questão de facilidade de detectar processos
básicos comportamentais e mentais em animais não-humanos e transpor os achados
para os animais humanos, tais como: fome, sede, sono, movimento motor.
7. A
subjetividade
A
subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai
constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da
vida social e cultural. A subjetividade é a maneira de sentir, pensar,
fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um, enfim o que constitui o nosso modo
de ser.
A
subjetividade humana é medida em todas as suas expressões visíveis ou
invisíveis, singulares (porque somos o que somos) ou coletivas (porque somos
todos assim).
Cada um é dono do seu
sentir e do pensar. Isso é a subjetividade. “Eu vejo que você vê, mas
nunca vou saber como é o seu ver. Você tem a sua subjetividade.”
O indivíduo não nasce
com a sua subjetividade. Ele a constrói aos poucos, apropriando-se do material
do mundo social e cultural. Criando e transformando o mundo externo, o homem
constrói e transforma a si próprio.
A subjetividade, dependendo
da abordagem psicológica, também é vista como a “individualidade”. Ainda como
“personalidade”, mas personalidade é um conjunto de comportamentos, que podem
se repetir em várias pessoas. Quando falamos de individualidade estamos falando
de unicidade, de comportamentos únicos naquela pessoas. Quando falamos de
personalidade estamos falando de um repertório de comportamentos que uma pessoa
tem e outras também, estamos falando de semelhanças, de comportamento médio
emitido por um grupo de indivíduos.
Citando Guimarães Rosa
em “O Grande Sertão: Veredas”:
O importante e bonito no mundo é isso: que as pessoas
não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre
mudando. Afinam e desafinam.
8. Atribuições e áreas de atuação
Objetivo primordial:
Promover
a saúde do ser humano por meio do respeito à dignidade e integridade,
proporcionando condições satisfatórias de vida na sociedade. Segundo a OMS
(ONU): "Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e
não apenas a ausência de doença ou enfermidade."
O Psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no
âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e
comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade
e integridade do ser humano.
Atribuições Profissionais:
Ø Estuda
e analisa os processos intrapessoais e relações interpessoais, possibilitando a
compreensão do comportamento humano individual e de grupo, no âmbito das
instituições de várias naturezas, onde quer que se dêem estas relações.
Ø Aplica
conhecimento teórico e técnico da psicologia, com o objetivo de identificar e
intervir nos fatores determinantes das ações e dos sujeitos, em suas histórias
pessoais, familiares e sociais, vinculando-as também a condições políticas,
históricas e culturais.
Ø Analisa
a influência de fatores hereditários, ambientais e psicossociais sobre os
sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e nas suas relações sociais, para
orientar-se no psicodiagnóstico e atendimento psicológico;
Ø Promove
a saúde mental na prevenção e no tratamento dos distúrbios psíquicos, atuando
para favorecer um amplo desenvolvimento psicossocial;
Ø Elabora
e aplica técnicas de exame psicológico, utilizando seu conhecimento e práticas
metodológicas específicas, para conhecimento das condições do desenvolvimento
da personalidade, dos processos intrapsíquicos e das relações interpessoais,
efetuando ou encaminhando para atendimento apropriado, conforme a necessidade
Ø
Formula
hipóteses e à sua comprovação experimental, observando a realidade e efetivando
experiências de laboratórios e de outra natureza, para obter elementos
relevantes ao estudo dos processos de desenvolvimento, inteligência,
aprendizagem, personalidade e outros aspectos do comportamento humano e animal;
Locais e áreas de atuação
Além da área clínica, a
cada dia é observável a emergente
atuação do profissional psicólogo em áreas como organizações, hospitais,
escolas, tribunais de Justiça, marketing, esportes, aviação, engenharia, etc.
Devido a essa ampliação e as formas diferentes de atuação exigidas, torna-se
necessário cada vez mais uma atenção focalizada para os valores e princípios
fundamentais ao exercício ético da profissão. Esse exercício ético tem como
base filosófica conduzir o indivíduo ao bem-estar evitando ao máximo o
sofrimento psíquico.
O
psicólogo desempenha suas funções e tarefas profissionais individualmente e/ou
em equipes multiprofissionais. Abaixo alguns locais e áreas de atuação
profissional, o título do psicólogo que atua nessa área com uma breve descrição
das atividades.
Locais e áreas
|
Profissional
|
Características
do trabalho
|
Psicólogo do Trabalho Psicólogo
Organizacional
|
–
implantação
da política de recursos humanos das organizações.
–
descrição
e análises de trabalho (profissiográfico, ocupacional, de posto de trabalho
etc.)
–
recrutamento
s seleção pessoal, utilizando métodos e técnicas de avaliação (entrevistas,
testes, provas situacionais, dinâmica de grupo, etc.)
–
programas
de treinamento e formação de mão-de-obra
–
avaliação
pessoal, objetivando subsidiar as decisões, tais como: promoções,
movimentação de pessoal, planos de carreira, remuneração, programas de
treinamento e desenvolvimento, etc.
–
capacitação
e desenvolvimento de recursos humanos.
–
segurança
do trabalho
–
organização
do trabalho e definição de papéis ocupacionais: produtividade, remuneração,
incentivo, rotatividade, absenteismo e evasão
–
identificação
das necessidades humanas em face da construção de projetos e equipamentos de
trabalho (ergonomia)
–
programas
educacionais, culturais, recreativos e de higiene mental, com vistas a
assegurar a preservação da saúde e da qualidade de vida do trabalhador.
–
processo
de desligamento de funcionários, no que se refere a demissão e ao preparo
para aposentadoria, visando a elaboração de novos projetos de vida
|
|
Saúde
- Hospitais, Ambulatórios, Centros e postos de saúde
|
Psicólogo da Saúde
Psicólogo Hospitalar
|
–
identificar
e compreender os fatores emocionais que intervém na saúde geral do indivíduo,
em unidades básicas, ambulatórios de especialidades, hospitais gerais,
prontos-socorros, etc.
|
Consultórios,
Clínicas especializadas
|
Psicólogo clínico
|
–
enfoque preventivo ou curativo
–
terapia individual, em grupo, de casal,
familiar, infantil, sexual dependendo da demanda psicológica
–
acompanhamento
psicológico, e intervenção psicoterápica individual ou em grupo, por meio de
diferentes abordagens teóricas
–
entrevistas,
observação, testes e dinâmica de
grupo, com vistas à prevenção e tratamento
de problemas psíquicos
|
Educação
- Creches, Escolas
|
Psicólogo Educacional
Psicólogo Escolar
|
–
desenvolve,
com os participantes do trabalho escolar (pais, alunos, diretores,
professores, técnicos, pessoal administrativo), atividades visando a
prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam bloquear,
na escola, o desenvolvimento de potencialidades, a auto-realização e o
exercício da cidadania consciente.
–
compreensão e
mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de
ensino aprendizagem
–
intervenção psicopedagógica individual ou em
grupo
–
programas
de orientação profissional,
–
programas
de orientação profissional,
–
elaboração de planos e políticas referentes ao
Sistema Educacional, visando promover a qualidade, a valorização e a
democratização do ensino
–
dificuldades
dos alunos dentro do sistema educacional e cuja natureza transceda a
possibilidade de solução na escola,cuja natureza transceda a possibilidade de
solução na escola, buscando sempre a atuação integrada entre escola e a
comunidade.
|
Justiça
- Varas da criança e do adolescente, de família, cível, criminal,
penitenciárias
|
Psicólogo Jurídico
Psicólogo Forense
Psicólogo Penitenciário
|
–
atua no âmbito da Justiça, nas instituições
governamentais e não-governamentais
–
planejamento e execução de políticas de
cidadania, direitos humanos e prevenção da violência.
–
orientação do dado psicológico repassado não
só para os juristas como também aos sujeitos que carecem de tal intervenção
–
formulação, revisões e interpretação das leis
–
Avalia
as condições intelectuais e emocionais de crianças, adolescentes e adultos em
conexão com processos jurídicos, seja por deficiência mental e insanidade,
testamentos contestados, aceitação em lares adotivos, posse e guarda de
crianças ou determinação da responsabilidade legal por atos criminosos.
–
perito
judicial nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da família, da
criança e do adolescente, elaborando laudos, pareceres e perícias a serem
anexados aos processos.
–
atendimento
e orientação a detentos e seus familiares.
–
programas
sócio educativos destinados a criança de rua, abandonadas ou infratoras
–
tarefas
educativas e profissionais que os internos
possam exercer nos
estabelecimentos penais.
|
Psicotécnicos
- clínicas de trânsito
|
Psicólogo do Trânsito
|
–
processos psicológicos, psicossociais e
psicofísicos relacionados ao problema do trânsito
–
exames psicológicos (“Psicotécnicos”)
–
elaboração
e implantação de sistemas de sinalização de trânsito, especialmente no que
concerne a questões de transmissão, recepção e retenção de informações.
–
campanhas de prevenção de acidentes de
trânsito.
–
educação de trânsito
–
comportamento individual e coletivo na
situação de trânsito, especialmente nos complexos urbanos.
–
implicações psicológicas do alcoolismo e de
outros distúrbios nas situações de trânsito.
|
Esporte
- Associações e/ou esportivas, clubes esportivos
|
Psicólogo do Esporte
|
–
exame das características psicológicas dos
esportistas, visando o diagnóstico individual ou do grupo
–
realização pessoal e melhoria do desempenho
do esportista e em nível grupal, favorecendo a otimização das relações entre
esportistas, pessoal técnico e dirigentes
–
estudo das variáveis psicológicas que
interferem no desempenho de suas atividades específicas (treinos, torneios e
competições)
–
aulas de psicologia no esporte em cursos de
psicologia e educação física, oportunizando a formação necessária a estes
profissionais, a prática das atividades esportivas e seus aspectos
psicológicos
|
Sociedade
em geral, Associações comunitárias
Ongs
|
Psicólogo
Social
Psicólogo
Comunitário
|
–
perspectiva de homem e sociedade
–
estudos
sobre características psicossociais de grupos étnicos, religiosos, classes e
segmentos sociais nacionais, culturais, intra e interculturais.
–
planejamento,
execução e avaliação de programas comunitários, no âmbito da saúde, lazer,
educação, trabalho e segurança.
–
meios
de comunicação, assessorando quanto aos aspectos psicológicos nas técnicas de
comunicação e propaganda
|
Escolas
de 2º grau
|
Professor
de Psicologia (licenciado)
|
–
leciona Psicologia no ensino médio
|
Escolas
de nível superior
|
Professor
de Psicologia (especialista, mestre ou doutor)
|
–
ministra
aulas de Psicologia, tanto para o curso de psicólogos, como para a formação
de outros profissionais de nível superior que demandam conhecimentos
técnicos-científicos de Psicologia
–
supervisiona
estágios, curriculares (atuação prática) dos alunos, no âmbito interno e
externo da instituição de ensino universitário
|
Área
da comunicação social
|
Psicólogo do Consumidor
|
–
Pode
atuar na área de propaganda, visando detectar motivações e descobrir a melhor
maneira de atendê-las.
|
9. A
Psicologia e as práticas não psicológicas
A
Psicologia não consegue explicar muitas coisas sobre o homem, pois é uma área
da ciência relativamente nova (com pouco mais de cem anos). Além disso, sabe-se
que a ciência não esgotará o que há para se conhecer, pois a realidade está em
permanente movimento e novas perguntas surgem a cada dia.
Alguns
dos “desconhecimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos a buscarem
respostas em outros campos do saber humano. Com isso, algumas práticas
não-psicológicas têm sido associadas às práticas psicológicas, como por
exemplo, o tarô, a astrologia, a quiromancia, a numerologia, entre outras
práticas adivinhatórias/místicas. Estas não são práticas psicológicas! São
outras formas de saber – de saber sobre o humano – que não podem ser
confundidas com a Psicologia, pois não são construídas no campo da ciência, a
partir de métodos e princípios científicos e estão em oposição aos princípios
da psicologia que vê o homem não como um ser com destino pronto, mas sim como
um ser que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as influências
deste mundo.
É preciso ponderar que
esse campo fronteiriço entre a psicologia científica e a especulação mística
deve ser tratada com o devido cuidado. Quando se trata de pessoa, psicóloga ou
não, que decididamente usa do expediente das práticas místicas como forma de
tirar proveito pecuniário ou de qualquer outra ordem, prejudicando terceiros,
temos um caso de polícia e a punição é salutar. Portanto, não se deve misturar
a psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão baseadas em
pressupostos diversos e opostos ao da psicologia. Por outro lado, é preciso
estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos que, tendo sido
estudados no âmbito da ciência, podem trazer novos saberes, ou seja, novas
respostas para perguntas ainda não respondidas.
10.
Ética na Psicologia
A idéia
crucial da Ética na Psicologia gira em torno da questão da dinamicidade do ser
humano. É uma importante consideração quando sabemos que o psicólogo deve
buscar atender ao ser humano, o qual está em constante mudança sendo
influenciado por épocas, culturas e meios diferentes.
A deontologia da profissão do psicólogo
considera a transitoriedade própria do homem na busca do aperfeiçoamento. Os
psicólogos não podem deixar de lado essa preocupação pela atualização e
desenvolvimento constante na profissão, o qual poderá promover um engajamento
maior para voltar a realidade do ser humano e assim realizar o verdadeiro papel
social. O ideal não é apenas saber os grande princípios, ser um expert em psicologia, mas sim aplicar
este grande saber na prática do cotidiano.
Todavia, não basta pensar de modo ético,
deve-se agir. Não basta apenas pensar bem e honestamente, mas também deve-se
procurar agir de modo claro e visível na sociedade. “Juntar o útil ao
agradável”, sendo útil promovendo o bem-estar das pessoas de acordo com uma
realidade contemporânea e agradável ajudando de maneira criativa, mas dentro de
normas que não desrespeitem o cliente como ser humano.
O respeito a pessoa humana é assunto
subjetivo e a partir desse enfoque cabe uma reflexão: até que ponto as
singularidades de cada psicólogo é útil e confiável no tratamento de cada
indivíduo? Até que ponto a criatividade, liberdade e espontaneidade de cada
psicólogo pode ser útil para o cliente enquanto ser humano que busca soluções
para seus problemas?
A pessoa
em sofrimento psíquico deposita toda sua esperança em um psicólogo. Acha que
ele irá solucionar todos os seus problemas.
Cabe ao
psicólogo discriminar que ninguém pode viver ao sabor de suas paixões e desejos
momentâneos de onipotência. Nenhum psicólogo pode “brincar” com a vida pela
qual ele está sendo responsável naquele momento. Ninguém pode viver sem regra
ou lei. Por isso, o código de ética do psicólogo estará sendo pouco ético se
não determinar normas de conduta para que, mesmo com a subjetividade de cada
psicólogo, ele saiba discriminar que acima da sua ética existe a ética do
homem. É esta ética que fará do psicólogo um profissional engajado social e
politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivamente do
indivíduo.
O código
de ética dos psicólogos não deve ser visto como uma prisão de condutas a serem
seguidas, mas como um caminho para a boa conduta tentando minimizar o conflito
entre os valores pessoais de cada psicólogo e o verdadeiro agir enquanto
psicólogo.
Hoje, mais do que nunca,
a atitude dos profissionais em relação às questões éticas pode ser a diferença
entre o sucesso e o fracasso de suas carreiras. Basta um deslize e a imagem do
profissional pode ganhar, no mercado, a mancha vermelha do demérito.
Ser
ético é mais que agir corretamente, proceder bem, sem prejudicar os outros. É
ser altruísta, é estar tranqüilo com a consciência pessoal. Ser ético é também,
agir de acordo com os valores morais de uma determinada sociedade. Essas regras
morais são resultado da própria cultura de uma comunidade. Elas variam de
acordo com o tempo e espaço. Ser ético é ter coragem para assumir as decisões
adequadas, mesmo que seja preciso ir contra a opinião da maioria. Ser tolerante
e flexível, íntegro e humilde a fim de sempre ouvir o outro.
Se
o comportamento ético fosse simplesmente seguir as regras, poder-se-ia
programar um computador para ser correto.
A ética gera questões extremamente delicadas e, na maioria das vezes, de
foro íntimo. Não existe uma receita universal, pronta e completamente eficaz para
resolvê-las. A decisão sempre varia de pessoa para pessoa, de consciência para
consciência, por isso cabe ao psicólogo medir quais são seus limites éticos
dentro de sua profissão e avaliar os riscos de cada decisão que tomar.
Muitos
são os desafios do profissional de psicologia em seus vários campos de atuação,
mas sempre deve estar focada no
indivíduo em sua forma completa e complexa. O papel do psicólogo não é apenas
tratar problemas ou tentar resolver todas as situações da vida de uma pessoa,
mas sim criar condições para prevenir o aparecimento de sofrimentos psíquicos
bem como fornecer possibilidades para a mudança de comportamentos.
O respeito ao indivíduo
está bem contemplado no Código de Ética do Psicólogo em vários de seus artigos
entre eles os que citam a importância de exercer o seu trabalho baseados nos
fundamentos científicos eximindo-se do uso de práticas não comprovadas
empiricamente e as citações sobre a questão do sigilo profissional.
O princípio fundamental
para o começo de uma atuação profissional é a reflexão de que os psicólogos do
Brasil pertencem a um país que já foi subdesenvolvido, mas que hoje procura
fazer parte dos países emergentes. O psicólogo deve se inserir no contexto
brasileiro o qual é diferente dos outros países. O Brasil tem um quadro de
violência sob todas as formas, mortalidade infantil, desnutrição, baixo nível
de escolaridade, péssimas condições habitacionais, elevado grau de
endividamento, aviltamento monetário, desarticulação social, corrupção, amplo
processo de prostituição de todos os tipos, inclusive infantil, falta de
solidariedade nacional, vandalismo, falta de confiança no futuro. A quase
totalidade da população vive na miséria, mas a pobreza não é um fenômeno novo,
apenas agora está fabricada, como conseqüência das decisões de modernização. A
desigualdade social deriva das decisões econômicas para viabilizar a
modernização criando assim “abismos” sociais maiores entre as classes. O “ter”
está se sobressaindo em relação ao “ser”. É importante esta análise se
compararmos aos países desenvolvidos que já superaram alguns problemas sociais
básicos e podem atualmente se dedicar mais ao “estudo da alma”. Estamos
atrasados! Como tratar do emocional de uma pessoa se suas necessidades básicas
não estão sendo sanadas?
A Psicologia é um
trabalho muito sutil de extrema responsabilidade e na qual, a atuação do
profissional pode construir ou destruir uma pessoa pois, o psicólogo lida com
aspectos como a auto-estima das pessoas, suas frustrações e conflitos, bem como
fatos alegres, histórias do cotidiano e dados da vida individual, podendo atuar
adequada e inadequadamente utilizando-se da condição de poder reformular os
conceitos sobre a vida do indivíduo.
Enfim, a partir de uma
reflexão filosófica e simplista feita sobre a atuação do psicólogo de uma
maneira ética como profissional, constata-se que em quaisquer campo de
trabalho, este profissional deve voltar-se para a melhoria da vida do indivíduo
em sua subjetividade promovendo o seu bem-estar.
11. Perfil atual dos psicólogos
Entre os dias 04 e 25 de
março de 2004, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) realizou uma pesquisa
nacional para conhecer o perfil desse profissional da saúde. A pesquisa
envolveu 2.000 psicólogos e foi feita por meio de entrevistas telefônicas. Eis
alguns dados:
ü 91% são mulheres;
ü A média de idade é de 39 anos;
ü 46% dos psicólogos estão formados há, no máximo, 8 anos;
ü Grande busca pela profissão a partir dos anos 90 devido a
grande proliferação de cursos de graduação desta área no Brasil;
ü Renda média mensal
de R$ 2.000,00 (muitas vezes em mais de uma atividade);
ü Metade já fez ou está fazendo algum curso de
especialização;
ü 1 em cada 10 já fez ou está fazendo mestrado ou doutorado;
ü 55% atuam no atendimento clínico individual ou em grupo;
ü Dos que trabalham em clínica, 65% são mais velhos e 17% são
mais novos (o consultório vem com amadurecimento e crescimento profissional).
ü Últimas campanhas mais importantes da classe:
v
Campanha
de Direitos Humanos;
v
Luta
anti-manicomial – por uma sociedade sem manicômios
v
"Quem
Financia a Baixaria é Contra a Cidadania" – campanha contra a baixaria
na TV visando um controle social da programação televisiva, publicidade
infantil, contra a banalização da violência e o incentivo à discriminação
racial, sexual e econômica, valorização dos direitos do cidadão na programação
da TV brasileira;
v
Luta
contra o projeto de lei do Ato Médico – projeto que médicos querem aprovar
no Congresso Nacional que estabelece que toda a atividade que se possa fazer e
que se queira fazer em benefício da saúde física e psicológica do homem, tem
que ser inicialmente autorizado e fiscalizado pela classe médica. Vamos dar um
exemplo se o projeto fosse aprovado. O paciente procuraria o médico,
pagar-lhe-ia uma consulta, só para dizer que tem necessidade de consultar um
psicólogo. A atitude do médico seria uma das seguintes: 1) diria que o paciente
não tem necessidade de consultar um psicólogo, basta tomar um remédio que ele
médico receitaria; 2) sem examiná-lo diria que ele realmente poderia consultar
um psicólogo; 3) avaliaria psicologicamente o paciente para ver se ele
precisaria de atendimento psicológico. No primeiro caso seria uma violação à
liberdade de escolha do paciente. No segundo caso a consulta seria
desnecessária e apenas um meio de o médico ganhar dinheiro. No terceiro caso o
psicólogo teria mais condições, do que o médico, de avaliar psicologicamente o
paciente, não sendo pois necessária a consulta ao médico.
(http://www.naoaoatomedico.com.br/paginterna/noticiapopup.cfm?id=125).
v
Educação
Inclusiva – por uma educação no Brasil verdadeiramente inclusiva, que tenha
como referência aqueles que têm sido reiteradamente excluídos dos sistemas de
ensino - negros, meninas, homossexuais, índios, populações em situação de rua,
crianças e jovens com dificuldades no processo de escolarização vinculadas ou
não a causas orgânicas, superdotados. Que a educação brasileira cumpra seu
caráter público, universal e de qualidade para todos. Que as instituições
educativas possam atender, na singularidade humana, a pluralidade cultural!
v
Democratização
da comunicação – comunicação mais democrática
SER PSICÓLOGO
Walmir
Monteiro
Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.
Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a
destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da
minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém
que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde
comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se
aceitar.
Fonte Autora Professora Meg Gomes Martins – Psicologia
Introdução a Psicologia
Referências
(para elaboração desta apostila):
ATKINSON, R.L. et al Introdução
à Psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas,
1995. (Cap. 1 - Natureza da Psicologia, pp. 10-29).
BOCK, Ana Mêrces Bahia; FURTADO,
Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes. Psicologias: uma introdução ao estudo
de psicologia. São Paulo: Editora Saraiva,
1999
SKINNER.
Ciência
e Comportamento Humano. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
TODOROV,
João Cláudio. A psicologia como estudo das interações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 5, p.347-356, 1989.